Os usuários de iPhone estão respeitando menos a quarentena do que aqueles de smartphones Android. É o que indica um levantamento feito pela startup Everywhere Analytics em nove cidades brasileiras, com base nos dados captados por equipamentos de Wi-Fi instalados em outdoors e painéis publicitários em mobiliário urbano. A rede da empresa capta o sinal de Wi-Fi emitido por smartphones que passam perto dos seus equipamentos e, desta forma, consegue medir o fluxo de pessoas que passam por ali diariamente.
Neste levantamento, a média diária de cada sistema operacional em uma semana do começo de março foi comparada com o resultado registrado a cada dia no restante do referido mês e no começo de abril. Na maioria das cidades, na maior parte do tempo, a queda de fluxo de pessoas é maior entre usuários de Android do que entre aqueles com iPhones, em termos proporcionais, conforme demonstram os gráficos no fim desta matéria. É possível notar também que, de maneira geral, independentemente do sistema operacional, a quarentena costuma ser mais respeitada aos domingos.
Em São José do Rio Preto/SP, no domingo dia 22 de março, foi registrada a maior diferença entre os dois sistemas operacionais nas nove cidades verificadas: 36,5 pontos percentuais. Porto Alegre registrou no mesmo dia a segunda maior diferença: 33,5 pontos percentuais. A cidade em que houve a maior redução de fluxo entre usuários Android foi Campinas, no domingo dia 29 de março, com queda de 80,4%. A segunda maior queda em Android verificada no levantamento aconteceu no Rio de Janeiro no domingo dia 22 de março: diminuição de 80,2%.
Belo Horizonte e Brasília
As exceções foram Belo Horizonte e Brasília. Na capital mineira, os dois sistemas operacionais ficam mais ou menos empatados durante os dias de semana, enquanto nos sábados e domingos o fluxo de Androids cai um pouco mais que o de iOS. E na capital federal os iPhones reduziram mais a circulação nos dias de semana, enquanto nos finais de semana a tendência se inverte, com uma queda maior dos Androids.
Análise
Considerando que os iPhones são smartphones premium, cujo preço é acessível somente para uma camada mais abastada da população, é razoável inferir, pelos dados coletados neste levantamento, que as pessoas com maior renda estão respeitando menos a quarentena que aqueles com menor poder aquisitivo.