A criação do Real Digital e a continuidade de um movimento de descentralização financeira teve seu primeiro passo concreto com o workshop do Banco Central para o mercado financeiro nesta segunda-feira, 10. O debate tratou de trazer as regras do primeiro piloto da moeda brasileira digital que será feito ao longo de oito meses a partir de maio.

Conforme explicou Wallace Horta, coordenador do departamento de operações bancárias e de sistema de pagamentos no regulador financeiro, o futuro do Real Digital está “totalmente aberto” e em desenvolvimento. Como exemplo, lembrou que no Pix, após seis anos de jornada (desde a sua ideação) o BC tem 800 instituições cadastradas.

“Temos um longo caminho a percorrer”, complementou Horta.

Fabio Araujo, consultor do departamento de operações bancárias e de sistema de pagamentos e coordenador da iniciativa do Real Digital, explicou que o Real Digital pode ser visto como um movimento de descentralização do mercado financeiro, mas há o limite da responsabilização.

“O Banco Central quer promover a descentralização. Acreditamos que isso é uma tendência do mercado financeiro. Mas o limite é a responsabilidade do indivíduo. Se tiver um problema, como corrigir num mercado completamente descentralizado? Por isso é preciso ter um arcabouço”, complementou.

Como exemplo de normativas, Marcus Sucupira, chefe-adjunto departamento de operações do mercado aberto do regulador, afirmou que o Real Digital terá a “mesma natureza jurídica das plataformas atuais”, como a identificação dos players no final de transação. Também lembra que a moeda digital terá o mesmo valor, independente de quem a opera.

 

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