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Fabio Araujo, consultor do departamento de operações bancárias e de sistema de pagamentos e coordenador da iniciativa do Real Digital (reprodução: YouTube/BC)

O teste do Banco Central para o desenvolvimento do Real Digital terá inicialmente dez participantes. A informação foi apresentada em workshop do regulador por seu consultor do departamento de operações bancárias e de sistema de pagamentos e coordenador da iniciativa do Real Digital, Fabio Araujo, nesta segunda-feira, 10.

Araujo afirmou que o BC ainda está desenvolvendo o regulamento que será publicado até o final de abril, mas, a ideia é que as empresas participantes entreguem as propostas entre 24 de abril e 5 de maio. Inicialmente podem participar apenas reguladas pelo Banco Central, mas o BC deixa espaço para participação de terceiros, como fintechs e parceiros de instituições financeiras, desde que estejam ligados a um player regulado.

“Teremos dez participantes na primeira etapa, mas tem espaço para mais. É um número de referência, o suficiente para simular as características do sistema e trazer uma carga de trabalho para o cronograma estabelecido. Mas, nós podemos expandir dependendo da demanda”, complementou Araujo.

Como funcionará

Com os testes, o BC quer analisar as capacidades de privacidade, programabilidade e infraestrutura deste novo ecossistema, um simulacro que testará emissão, resgate, transferência e fluxos financeiros nos seguintes arranjos: Real Digital (CBDC), Real Digital depósitos à vista, Real Digital moeda eletrônica e compra e venda de Títulos Públicos Federais.

O BC será responsável pela governança do teste, o que inclui a seleção dos participantes; a definição das regras para um ambiente colaborativo; e a coordenação das equipes técnicas. As instituições reguladas participantes entram com as despesas de implementação da infraestrutura e times que suportam a operação do Real Digital.

Além do Banco Central, participam da prova o Tesouro Nacional, a CVM e outros reguladores ainda não confirmados. Pelo lado da indústria, podem participar instituições reguladas como: bancos; cooperativas; fintechs de crédito; bancos de investimentos, instituições de pagamentos (bandeiras e adquirentes); e operadores de infraestrutura do mercado financeiro.

“A intenção é ter representações de todos os tipos de instituições atuando e ter diversidade. Queremos que as grandes empresas participem, mas também as menores que tenham outros tipos de problema e tragam outros pontos de vista”, afirmou Araujo.

De fora

Com as regras e modais estipulados no teste do Real Digital, as empresas não poderão testar modelos de negócios de fora neste início, como marketplaces de títulos públicos ou trazer arranjos criados via APIs. Esse formato é visto por Araujo como uma primeira barreira para tirar os players que não têm interesse neste primeiro momento de testes.

Outro setor que não deve participar por ora são as universidades e os institutos de pesquisas, uma vez que o projeto ainda tem incertezas em privacidade, infraestrutura e programabilidade, por causa do tempo curto de oito meses. Dessa forma, o espaço será dedicado à indústria financeira.

Para quem ficar de fora, o BC fará um fórum que permitirá a participação aberta dos não envolvidos e da sociedade. Neste fórum, o regulador informará o desenvolvimento dos testes no Real Digital. Mas sua data de realização ainda não foi publicada.

 

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