A Nextel continuou a apresentar queda nas receitas no primeiro trimestre do ano, de acordo com o balanço financeiro da empresa divulgado nesta terça-feira, 10. A receita operacional caiu 38% comparada ao mesmo período em 2015, totalizando US$ 226,5 milhões. A receita de serviços caiu 35,26% e ficou em US$ 220,5 milhões. A maior queda foi na receita com aparelhos e acessórios: 73,57%, totalizando US$ 6 milhões em março.
O prejuízo operacional diminuiu 48,87%, fechando março em US$ 54,1 milhões. Também foi registrada redução no prejuízo líquido: US$ 36,6 milhões, contra US$ 309,5 milhões no ano passado. A empresa reporta ainda que os ganhos do segmento foram de US$ 3,760 milhões, um avanço de 7%.
A base total da operadora brasileira diminuiu 8,24% e agora é composta de 4,023 milhões de acessos. Porém, o mix mudou completamente: se no primeiro trimestre de 2015 era composta predominantemente (55,06%) por usuários da tecnologia iDEN, no começo deste ano a base é 67,3% de acessos 3G e 4G, totalizando em março 2,708 milhões (aumento de 37,47%). A base de rádio, por sua vez, encolheu 54,57% e atualmente é de 1,315 milhão de linhas. Em comunicado à imprensa, a Nextel afirma ter aumentado 222% a base LTE, que é restrita por enquanto ao Rio de Janeiro, onde opera com a faixa de 1,8 GHz. Em março, o total era de 865 mil acessos 4G.
De acordo com a Nextel, embora tenha havido crescimento em relação ao ano passado, as duas bases registraram perdas líquidas no comparativo com o trimestre imediatamente anterior: 195,2 mil em iDEN e 77,7 mil em WCDMA/LTE, totalizando 272,9 mil perdas. Houve ainda menos migrações de tecnologia: 41,7 mil em 2016, queda de 28,47%. O churn também em cresceu em todas as tecnologias: 1,55 ponto percentual (p.p.) para o iDEN (com taxa de 4,80%), 1,11 p.p. para a 3G/4G (taxa de 4,10%) e, no total, 1,19 p.p. de aumento, com o churn geral em 4,34%. A receita média por usuário (ARPU) caiu 30,43% e a operadora fechou março com US$ 16.
O custo por adição bruta (CPGA) em março foi de US$ 96, uma queda de US$ 68 comparada com o mesmo mês de 2015. A Nextel avalia que isso aconteceu pelo aumento da base pós-paga no Brasil que usa seus próprios aparelhos em vez de compra-los novos nas lojas da operadora. O custo em caixa por usuário (CCPU) foi US$ 5 a menos, totalizando US$ 15.
Esforços para reduzir perdas
Em comunicado, o CEO da controladora da Nextel, a Nii Holdings, Steve Shindler, afirmou que os resultados refletem os esforços para atenuar os prejuízos operacionais antes de depreciação e amortização (perdas OIBDA, que foram de US$ 8 milhões no trimestre) com cortes de despesas com melhorias operacionais e economias nos gastos. Shindler afirma que a diminuição da base 3G/4G no trimestre aconteceu por conta de "condições econômicas desafiadoras e ambiente competitivo mais intenso". Diz que agora o foco é em aumento de base, concentrando esforços em consumidores que ofereçam perfil de receita mais atrativo e características de churn para manter a perda OIBDA "ao mínimo".
Por sua vez, o CFO da Nii, Dan Freiman, afirma que a queima de caixa da empresa no período foi de US$ 64 milhões, "em geral consistente com nossos resultados no trimestre anterior após levar em consideração os US$ 29 milhões de serviço de dívida semi-anual que pagamos nesse trimestre em nossa linha de financiamento de equipamentos". Freiman declarou que a controladora da Nextel pretende continuar a tomar medidas para proteger a liquidez e focar em limitar os gastos.