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O aplicativo de corrida de táxi da prefeitura de São Paulo, SPTaxi (Android, iOS), está passando por uma modernização e mudança em seu modelo de negócios. Lançado originalmente como uma adaptação paulistana do Taxi.Rio (Android, iOS), o SPTaxi era gerido pelo Prodam e não cobrava nenhuma taxa dos motoristas. Para não ter mais o custo da operação e incentivar a evolução do app, a prefeitura decidiu transferir a gestão do SPTaxi para a iniciativa privada, em uma licitação vencida pela Alias Tecnologia, que passou a administrar o aplicativo desde junho do ano passado, no meio da pandemia. A empresa quer fazer da operação do SPTaxi uma vitrine para replicar o modelo em outras cidades.

A Alias já implementou uma série de melhorias no SPTaxi. A mais importante delas foi a adição de meios de pagamento digitais, como cartão de crédito, Pix, PicPay e voucher corporativo – até então as corridas eram pagas somente em dinheiro. “Não era um app de mobilidade urbana. Era um chamador de táxi”, compara Luiz Fernando Kasprik, diretor executivo da Alias, em conversa com Mobile Time. Em parceria com a Ebanx, o SPTáxi passou a ter pagamento dentro do app e os motoristas puderam abrir uma conta digital, na qual recebem os valores em até dois dias depois da corrida, mesmo quando o passageiro paga com cartão de crédito.

Foram feitos vários outros aprimoramentos nos últimos meses. O sistema de roteirização foi aperfeiçoado, acrescentando os corredores de táxi, e o fornecedor de mapas foi trocado pela Here. O mecanismo de cálculo do valor da corrida no app foi melhorado para ficar o mais próximo possível daquele exibido no taxímetro do carro. Além disso, o aplicativo foi adaptado para ser acessível por pessoas com deficiência visual. E para a segurança de motoristas e passageiros, se uma corrida for encerrada em menos de dois minutos é feita uma verificação do motivo pela equipe do serviço.

Por exigência da licitação, todas as novidades foram implementadas em cima do código original do SPTáxi, desenvolvido pela prefeitura do Rio de Janeiro e doado para São Paulo. O executivo relata que a linguagem usada no código do app era antiga e foi difícil encontrar desenvolvedores para trabalhar nela. “Tecnicamente e comercialmente, teria sido mais rápido e mais eficiente criar um app novo”, comenta.

Modelo de negócios

Com as novidades, o modelo de negócios do aplicativo foi alterado. Agora a gestora Alias Tecnologia retém uma taxa de 8,95% sobre o valor de cada corrida. É muito mais baixa que aquela cobrada por outros apps de corrida de automóvel, que chegam a 25%.

Um mudança futura consistirá em transformar os motoristas em vendedores de produtos financeiros e seguros, como cartão de crédito, conta corrente, plano de saúde etc, recebendo uma comissão por isso. “Quero convidar o taxista para ser um prestador de serviço para o mercado financeiro. Ele tem capacidade de vender. A corrida vai ser a menor parte da sua remuneração”, descreve Kasprik. 

“É uma modelagem nova, que não existe ainda. Queremos replicá-la em outras cidades”, comenta o executivo. A empresa está de olho em licitações similares por parte de outras prefeituras, o que deve acontecer depois que a pandemia passar.

Números

A cidade de São Paulo tem mais de 60 mil taxistas e 31 mil carros cadastrados como táxis. A plataforma do SPTaxi conta com 8.650 motoristas inscritos. O aplicativo registra atualmente 1 mil taxistas conectados diariamente, e realiza pouco menos de 500 corridas por dia. O principal obstáculo é a pandemia, diz o executivo. Ele reconhece também da necessidade de reforçar a comunicação para o público: a empresa vai investir em marketing para atrair usuários para o SPTáxi. Com os passageiros entrando, mais motoristas virão, aposta.

 

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