Dizer que o mercado de desenvolvimento mobile no Brasil está em crescimento não é nenhuma novidade. A venda de smartphones e tablets não para de aumentar. Em 2012, o número de celulares superou o de habitantes no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Até janeiro de 2013, foram vendidos 262,2 milhões de celulares no país, sendo que 46% são smartphones. Para 2013, a estimativa é que este tipo de aparelho represente 54% das vendas de celulares. Os tablets não ficam muito atrás. Pesquisa do IDC estima uma venda de 5,4 milhões de unidades em 2013, contra 2,8 milhões de vendas no ano anterior. 

E quem tem um dispositivo com acesso à internet não vai querer apenas fazer ligações telefônicas. O aumento das vendas desses dispositivos representa também um crescimento na necessidade de desenvolver aplicativos específicos para essas plataformas.

Esse cenário é extremamente positivo para um profissional em especial: o desenvolvedor de aplicativos mobile. As empresas perceberam que estar ou não presentes de forma eficiente no mundo mobile pode representar a diferença entre conseguir ou não aquele cliente.

A grande oferta de empregos, porém, não é correspondida pela quantidade de profissionais qualificados. Este setor atrai muito os jovens desenvolvedores, com idade entre 20 e 30 anos. No entanto, a maioria opta por entender um pouco sobre todas as linguagens, ao invés de se especializar em uma. O raciocínio pode até ser lógico: afinal, eu tenho mais chance de conseguir um trabalho se souber um pouco de tudo, não é? Infelizmente ter esse conhecimento tão generalista, muitas vezes, representa uma falta grave quando os conhecimentos mais específicos são cobrados.

Sim, é interessante ter uma base sobre todas as linguagens do mercado. Mas é imprescindível conseguir desenvolver com maestria alguma linguagem específica. Fica então minha dica para quem deseja iniciar na área: tenha noções de linguagens como C++, JAVA e .Net, mas escolha uma que mais lhe agrade e estude a fundo todos os seus detalhes e desafios.

A área da mobilidade apresenta boas oportunidades não apenas para desenvolvedores, mas também para designers, gerentes de projeto e até mesmo profissionais mais voltados para a criação de conteúdo, como os redatores. Acessar um conteúdo em uma tela de 4” enquanto você está em pé, no metrô, a caminho da casa do seu melhor amigo é totalmente diferente de ver o mesmo conteúdo sentado em uma confortável cadeira atrás de uma escrivaninha com um grande monitor.

É preciso que o conteúdo seja útil, divertido e interessante. A experiência precisa ser agradável o suficiente para que o usuário queira acessar novamente aquele aplicativo nos seus curtos períodos livres do dia, como as idas e vindas no metrô. É preciso pensar na dimensão da tela, no tamanho dos links que serão clicados por dedos ao invés de um cursor de mouse, na qualidade das imagens, etc. Um aplicativo mobile não é uma versão simplificada do seu similar para computadores. Ele exige uma versão adaptada para as novas necessidades.

Quem nos dá uma boa prova disso é o diretor-presidente do Facebook, Mark Zuckerberg. Um dos sites mais acessados do mundo precisou se reinventar para canalizar os acessos via mobile feitos por seus usuários. Inicialmente, eles apostaram pesado no HTML5, mas seu aplicativo era lento e não agradava. Muitos donos de smartphones optavam por acessar a rede através dos navegadores de internet instalados nos seus dispositivos. Hoje, centenas dos mais de mil desenvolvedores da empresa trabalham exclusivamente para o mobile. O Facebook lançou outros aplicativos voltados para a rede, como o Facebook Messenger e o Facebook Page Manager, além de ter criado espaços publicitários exclusivos para os aplicativos móveis.

Se o Facebook precisou de tudo isso para entrar de vez no mercado mobile, imagine as outras empresas? E todas essas companhias precisarão de bons profissionais. Então, caro desenvolvedor, estude bastante, prepare o portfólio e aproveite as muitas oportunidades que certamente estão por vir.

 

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