Telegram

O Telegram (Android, iOS) terá uma versão paga, chamada Telegram Premium, acessível mediante pagamento de uma assinatura. A novidade foi informada pelo criador do aplicativo de mensageria, Pavel Durov, em seu canal dentro do app. A novidade será lançada este mês e terá recursos extras, como a possibilidade de envio de arquivos pesados e acesso em primeira mão a novas funcionalidades.

Aparentemente, Durov voltou atrás na ideia de financiar o Telegram com publicidade. “Embora nossos testes com anúncios focados em privacidade em canais de um para muitos tenham tido mais sucesso que esperávamos, eu acredito que o Telegram deva ser financiado principalmente pelos seus usuários, não por anunciantes. Desta forma, nossos usuários serão sempre a nossa maior prioridade”, escreveu o executivo em seu canal.

Durov explicou que não seria possível disponibilizar as novas funcionalidades do Telegram para toda a sua base: “ficaria impossível gerenciar nossos custos com servidor e tráfego, e assim a festa acabaria para todos, infelizmente”. E acrescentou: “depois de pensar um pouco, percebemos que a única forma de dar aos nossos maiores fãs algo a mais e manter nossas funcionalidades atuais gratuitas seria aumentando os limites como uma opção paga.”

O executivo ressaltou que todas as funcionalidades existentes hoje continuarão sendo gratuitas. E informou que os não assinantes vão conseguir usufruir de algumas das novidades da versão premium, como ver arquivos pesados e stickers especiais enviados pelos assinantes.

O preço da assinatura do Telegram Premium não foi revelado.

O Telegram está instalado em 60% dos smartphones brasileiros, de acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box. O app está em rápida ascensão no País. Um ano antes, ele estava instalado em 45% dos smartphones.

Análise

Manter um app de uso massivo no mundo todo custa caro. O Telegram vem procurando por um modelo de negócios há anos. Chegou a ensaiar a criação de uma criptomoeda, mas o projeto foi abortado. Depois, testou a abertura para publicidade. E agora aposta na cobrança de assinatura em troca de acesso a funcionalidades premium.

Terá pela frente dois grandes desafios. O primeiro será convencer usuários a pagar pela versão premium, o que é particularmente difícil em mercados emergentes, como o Brasil, onde a população está acostumada a acessar redes sociais e serviços de mensageria de graça.

O segundo desafio será manter a base de não assinantes engajada. É difícil prever a reação do público e existe o risco que parte da base se sinta traída com a cobrança para acesso às novas funcionalidades.

Encontrar um modelo de negócios para um app de mensageria não é um problema apenas do Telegram. Seus maiores concorrentes também encontram dificuldades. Só recentemente o WhatsApp parece ter descoberto o melhor caminho para sua monetização, cobrando pelo envio de mensagens por empresas através da sua API, por exemplo.

 

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