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Da esquerda para direita, Leandro Vilain (Febraban), Karen Machado (Banco do Brasil), Ivo Mósca (Itaú Unibanco), João André Pereira (Banco Central do Brasil) e Marcelo Braga (IBM). Foto: Gustavo Drullis/Mobile Time

O Brasil deve atingir, em agosto, a marca de 1 bilhão de chamadas a APIs do open finance por mês, informou Leandro Vilain, diretor de política de negócios e operações da Febraban, durante painel sobre o tema nesta quarta-feira, 10, na Febraban Tech, em São Paulo. Até julho de 2022, eram 5 milhões de adesões de usuários únicos no País, segundo o Banco Central.

O principal serviço oferecido atualmente pelos bancos por meio do open finance são os agregadores de contas, que consolidam dados de diferentes instituições em um só lugar, facilitando a gestão e visualização da vida financeira dos usuários. Karen Machado, executiva líder do open finance do Banco do Brasil, cita ainda recursos que vão além, mostrando o perfil de consumo do cliente por categoria e fazendo recomendações de acordo com esses dados.

As ofertas inteligentes, personalizadas conforme o contexto do cliente, pertencem a outra grande frente de serviços do sistema financeiro aberto no País. “O nosso desafio é menos relacionado ao canal, mas muito mais ao micromomento do cliente, que é onde a gente faz a diferença na oferta do open finance. Está em contextualizar e entregar exatamente aquilo que o cliente precisa na hora que ele precisa”, disse Ivo Mósca, superintendente executivo de open finance e digital payments do Itaú Unibanco. “E no canal que ele quiser”, completou Machado.

Outra mudança no mercado financeiro apontada pelos executivos de Itaú e Banco do Brasil foi que o projeto trouxe a possibilidade de ampliação da oferta de crédito. Com o compartilhamento dos dados entre instituições, os bancos conseguem ter uma visão mais completa do comportamento do cliente. A projeção dos dois é que haverá um aumento no valor do crédito concedido e uma aceleração do processo de concessão, que antes dependia da intermediação de instituições externas.

“Quando a gente conversa com as instituições que estão participando do open banking, [elas] já conseguem quantificar os impactos nas pessoas, que já têm ofertas melhores pelo compartilhamento de informações”, afirmou João André Pereira, chefe do departamento de regulação do sistema financeiro do BC. “O que a gente está fazendo, de fato, é mudar o status quo, mudar a forma de operação, do relacionamento do sistema financeiro com seu cliente.”

No entanto, a executiva líder do open finance do BB acredita que a comunicação ainda é uma barreira para a consolidação do sistema no País. “É um conceito muito inovador, é um termo em inglês, uma língua que a população não domina. É difícil explicar, porque não é material. Open finance é um conceito, um ecossistema”, disse Machado. A solução tem sido colocá-lo no cotidiano das pessoas, como levar a jornada do consentimento para o chatbot do banco no WhatsApp.

“O open finance é um animal vivo, nunca vai acabar. Vai ser a forma de se operar no sistema financeiro, é a tendência que a gente vê em todos os segmentos”, afirmou Pereira. “Objetivo é criar um grande ecossistema que tenha uma governança apropriada”, lembrando da fase 4 do plano do open banking, ainda em curso, que deve permitir a conexão entre diferentes sistemas de compartilhamento, como o open investment, voltado para quem investe.

 

 

 

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