Com o surgimento de diversos novos meios de pagamento digitais, os apps de comércio móvel se veem diante de um extenso leque de opções a serem oferecidas para seus clientes. Mas quais critérios devem ser utilizados na escolha dos meios de pagamento? Ou melhor oferecer todos e deixar a seleção para o cliente? O assunto foi discutido durante o MobiShop, seminário sobre pagamentos móveis e comércio móvel realizado nesta segunda-feira, 10, em São Paulo.

“O melhor para o cliente de um marketplace é darmos várias opções”, responde Léo Xavier, CEO da Pontomobi. Ele aposta também no potencial do comércio conversacional, especialmente por voz. Victor Magnani, líder de relações institucionais do iFood, concorda que quanto mais meios de pagamento, melhor. Por sua vez, Roosevelt Nascimento, CPO da Dafiti, ponderou que o excesso de opções pode atrapalhar a usabilidade do app.

Nascimento lembrou que o primeiro desafio de um marketplace mobile é manter-se na tela do smartphone do cliente. Ele acredita que há alternativas além dos aplicativos para um e-commerce cativar seus clientes, como o PWA e, mais futuramente, o WhatsApp Business. Além disso, defendeu práticas com menos fricções no pagamento, como as carteiras virtuais.

“A melhor experiência de compra é você não lembrar dela. Um exemplo recente que tivemos foi o Apple Pay. A Dafiti foi um dos primeiros parceiros da Apple no Brasil. Não parece que você está comprando, pois reconhece por biometria com o Touch ID (sensor de digital dos iPhones)”, disse Nascimento.

“Tem o Apple Pay, mas também têm outros ‘Pays’ no mercado. O importante não é o e-wallet, mas deixar o processo de compra transparente. E saber a hora de pedir as informações certas no cadastro. Tem momento que precisa de e-mail. Tem momento que não precisa”, completa.

Próximo passos

Durante o MobiShop, os executivos foram questionados sobre quais soluções acreditam que darão certo no futuro. Do lado das plataformas, Daniele Crahim, gerente de marketing do Mercado Livre, disse que estuda a utilização dos chatbots. E já desenvolveram uma ação para ser utilizada no Google Assistente.

No iFood, Magnani revelou que lançará em breve uma solução de pagamento para comerciantes, o iFood Pay. Entre uma das funções reveladas pelo executivo, está a antecipação de valores (dinheiro a receber do cartão de crédito, por exemplo). Além disso, o executivo recordou que o marketplace já possui uma solução para o comerciante comprar insumos (iFood Shop) e utiliza robô para oferecer produtos a pessoas que já pediram um delivery.

O CTO do Farmácias App, Robson Parzianello, acredita que é “importante priorizar ações que facilitem a compra para o consumidor”, como reduzir atraso de entregas, ser mais prático no canal de vendas, diminuir os fluxos de compras e ter vendas consultivas com chatbots. Nascimento, da Dafiti, também acredita que os comércios precisam criar bots “menos robotizados”. Além disso, outra melhoria em seu radar é o uso de geolocalização para oferecer locais mais fáceis para o cliente retirar um produto comprado em sua plataforma.

 

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