A aposta em um momento de incertezas, crise financeira e aumento da informalidade fez o CEO da Monkey’n Apps, Marcos Schulz, desenvolver uma nova categoria de entregas urbanas por meio de dispositivos móveis. Trata-se do Partiu Entregas (Android e iOS), um aplicativo no qual pessoas e empresas pedem para entregadores retirarem e entregarem encomendas.

O app possui como vantagem a possibilidade de transformar qualquer pessoa em entregador, assim como acontece com os motoristas do Uber ou os entregadores do Amazon Flex – sistema de entregas da gigante do e-commerce para consumidores nos Estados Unidos.

“Nós pagamos para o motorista R$ 2,50 por Km. O próprio aplicativo faz o cálculo”, explica Schulz ao MOBILE TIME. E ainda ressalta o microsseguro de R$ 3 da HDI Seguros em cada corrida. “Com a crise acreditamos que vai ter um retorno muito rápido”, diz.

O executivo entende que seu projeto se diferencia por deixar o espaço para qualquer tipo de veículo, “da bicicleta ao caminhão”. Assim como acontece com o Uber, Schulz acredita que a busca por novas fontes de renda dos brasileiros pode fazer crescer modelos de negócios baseados na “Gig Economy” – economia com uma pessoa fazendo tarefas remuneradas sem vínculos empregatícios e quando desejar.

Em seus cinco primeiros dias de funcionamento, no mês de novembro, o Partiu Entregas teve 200 cadastros de entregadores. Os inscritos passam por cadastro de veículo, carteira de identidade ou habilitação, comprovante de residência e atestado de antecedentes criminais, além de treinamento online e simulação de atendimento para começar a fazer as entregas.

Até o fim de 2015, a companhia espera ter 150 motoristas ativos no Partiu Entregas. Para 2016, a estimativa é de uma frota com 5 mil motoristas mensais (ou 60 mil no ano) e projeção de ganho de R$ 6 mil por mês para um período de seis horas de entrega. Até o começo do próximo ano a empresa deve atuar apenas na capital paulista e depois avaliará uma expansão.

Começo difícil

O empreendedor reconhece que não será fácil mudar a cultura do brasileiro. Para o CEO, poucas pessoas utilizam a entrega por meio de dispositivos móveis – geralmente apenas no delivery de comidas como iFood e HelloFood. Mas acredita que, em pouco tempo, novos rivais devem aparecer e ajudar a popularizar o negócio.

Baseado em um formato de entregas “bairro a bairro”, o executivo se prepara para outro problema: possíveis reações negativas de entidades de classe. “Algo disruptivo sempre causa um fervor. Isso pode ocorrer com motoboys e algum sindicato de entregas urbanas, até mesmo correios”, diz o CEO da desenvolvedora de apps.

Próximos passos

Além de os motoristas receberem propostas de transporte de objetos de pessoas comuns, o Partiu Entregas deve focar em uma expansão em comércio de pequeno porte como microcervejarias, e-commerce e marketplace, em um modelo similar aos sites Elo 7 e Get Ninjas.

Outra funcionalidade importante que deve aparecer no app é o cadastro de ajudantes, algo comum entre entregadores que precisam retirar objetos pesados (como móveis) de casa, apartamentos e estabelecimentos comerciais.

Na parte tecnológica, o Partiu Entregas adicionará melhorias ao seu aplicativo. Dentre as mudanças: baseá-lo em uma tela única, colocar mapas, rastreamento e uma função de comunicação mais efetiva entre usuário e motorista.

 

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