A volta das operadoras celulares ao mercado de serviços financeiros está acontecendo em um contexto muito diferente daquele de anos atrás quando suas primeiras experiências acabaram descontinuadas porque a tecnologia e a regulamentação ainda não eram atraentes o suficiente. As teles retornam em um cenário muito mais aberto e competitivo, em que não só elas, mas big techs, varejistas e outros players também começam concorrer com os bancos.
“Os bancos não são mais donos do relacionamento com o cliente. Eles concorrem com big techs, varejistas, telcos: cada um desses pode se posicionar (nesse mercado)”, comentou Maurício Santos, diretor de serviços financeiros da Claro, durante sua palestra sobre as oportunidades das teles no setor financeiro, nesta quinta-feira, 10, no 5×5 TecSummit.
Santos prevê que os serviços financeiros serão cada vez menos padronizados e mais personalizados para cada cliente. E serão provavelmente combinados com serviços não-financeiros, em um ecossistema diversificado e integrado. Além disso, os serviços financeiros não serão mais exclusivos de cada banco, mas poderão ser distribuídos em marketplaces de terceiros, o que deve ser viabilizado com o open banking, projeta o executivo.
“Alguns arranjos de pagamento são antigos e não evoluíram tanto. Arranjos novos estão chegando, como o Pix, que vai nivelar por alto a experiência do cliente em pagamentos”, acrescentou.
Enquanto as teles entram no setor financeiro, acontece também o caminho inverso. Santos destacou, por exemplo, o lançamento da Intercell, operadora móvel virtual do Banco Inter.
5×5 TecSummit
O 5×5 TecSummit é um evento online organizado nesta semana em uma parceria de cinco sites de jornalismo especializado em TI e telecom: Convergência Digital, Mobile Time, Tele.síntese, Teletime e TI Inside. O seminário discute tendências em tecnologia em cinco verticais: governo, saúde, energia, finanças e entretenimento. Nesta sexta-feira, 11, o 5×5 TecSummit debaterá inovações no setor de entretenimento.