O 5G vai ter um importante papel em eventos de entretenimento ao unir a mobilidade com as características de velocidade, latência e confiabilidade na conexão. Prova disso é que a Claro investirá mais uma vez em levar a tecnologia para o autódromo de Interlagos, em São Paulo, para demonstrar possibilidades de uso. A empresa já havia demonstrado o 5G em licença experimental com a faixa de 3,5 GHz no padrão standalone na Fórmula 1, e agora promete fazer agregação de portadora com o espectro de 2,3 GHz neste próximo domingo, 12, em etapa da Stock Car no mesmo circuito.
Segundo o CMO da Claro, Márcio Carvalho, a operadora aproveitará a infraestrutura já implantada em Interlagos com core de rede de nova geração e antenas no investimento feito com os fornecedores Ericsson e Qualcomm, para levar a agregação à etapa final da categoria automobilística. “O 2,3 GHz é um espectro coringa, que pode ser utilizado tanto para o 5G quanto para o 4,5G”, afirmou ele durante painel do último dia do 5×5 TEC Summit nesta sexta-feira, 10. Ambas as faixas foram adquiridas pela tele no leilão do 5G em novembro.
Carvalho explica que se trata de gerar engajamento com o usuário, somando a experiência do mundo offline com o online e aliando ao analytics. “Eu identifico quem gosta de Fórmula 1, quem está perto do autódromo, e posso proporcionar a quem está lá experiências imersivas”, exemplifica.
“Quando olho uma operadora como a Claro, vejo alguns habilitadores. Nosso desafio é em como colocar a conectividade a serviço dessa diversidade de aplicações de forma com que seja parecida como as que grandes plataformas de tecnologia como Google já fizeram, quase uma ‘APIzação’ de recursos de rede mediante a monetização da infraestrutura”, afirma.
Darwinismo digital
Na visão do head de TMT da KPMG, Márcio Kanamaru, a promessa de novos modelos de negócios do 5G, em especial considerando o público “mobile first”, abaixo de 24 anos, precisa estar em consonância com a abordagem regulatória para não haver entraves. Ele entende que do ponto de vista de mídia, publicidade e marketing, a conexão onipresente vai trazer novas formas de consumo de entretenimento. “Os órgãos reguladores precisarão simular em sandbox para ter compreensão dessas regulações futuras”, sugere.
Como exemplo, ele cita shows de artistas virtuais, utilizando realidade aumentada, virtual ou até mesmo holograma para uma plateia conectada. “Esses indivíduos serão expostos a campanhas personalizadas, terão marketing dependendo do perfil e contexto de uso, com NFTs sendo disponibilizados em tempo real”, imagina, ressalvando a necessidade de conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados.
Diante desse cenário, Kanamaru fala na crença em um “darwinismo digital”, com a evolução de players menores em um cenário de horizontalização de negócios por meio de parcerias. “Elas poderão desafiar sim as incumbentes que hoje são praticamente oligopolistas na atuação. Incluindo players que hoje talvez estejam afastados do jogo e possam retomar posição favorável de competitividade”, destaca.
5×5 Tec Summit
O evento 5×5 Tec Summit é organizado pelos portais jornalísticos especializados Convergência Digital, Mobile Time, Tele.Síntese, Teletime e TI Inside, com a proposta de debater a modernização de cinco setores essenciais para a economia brasileira: governo, saúde, energia, finanças e entretenimento. Nesta sexta-feira, 10, o assunto a ser abordado é o entretenimento, finalizando o ciclo de debates.