Uma das formas encontradas pelos fabricantes de handsets de se diferenciarem é na oferta de conteúdo exclusivo. Nesse sentido, a Sony tem a faca e o queijo na mão, por contar com Sony Pictures e Sony Music em seu grupo. No exterior, a empresa oferece um serviço chamado Sony Entertainment Network, de distribuição de filmes, música e games para usuários da Sony. Essa oferta chegará ao Brasil este ano, revelou o presidente da Sony Mobile para América do Sul, Jorge Aguiar, em entrevista para MOBILE TIME durante a CES, esta semana, em Las Vegas. O executivo revelou também que a empresa não fechou suas portas para outros sistemas operacionais móveis e lembrou a antiga relação de proximidade com a Microsoft, por conta dos laptops da Vaio.

MOBILE TIME – A Sony Mobile lançará no Brasil o Xperia ZQ. Qual a diferença para o Xperia Z, novo top de linha mundial apresentado pela empresa na CES?

Jorge Aguiar – Eles são praticamente iguais: mesmo tamanho de tela (5 polegadas), mesma resolução de câmera (13 MP), mesmo processador quadcore Snapdragon. O que muda é a carcaça, que é menor. E o ZQ não é à prova d´água. O ZQ é a versão brasileira do Xperia ZL. O nome é diferente porque no Brasil ele será compatível com as redes 4G brasileiras.

Esse produto será importado?

Não. Será fabricado pela Foxconn em São Paulo em uma linha de produção dedicada à Sony Mobile.

A Sony foca no segmento de smartphones high end, que hoje é dominado pela Apple e pela Samsung. Como a empresa pretende se diferenciar e conquistar espaço?

Desde o terceiro trimestre de 2012 a Sony detém o terceiro lugar no mercado mundial de smartphones e queremos consolidar essa posição em 2013. Na América Latina, o cliente é low end: apenas 20% da base é composta por smarthpones.  Por isso trabalharemos aqui com modelos de entrada e que sejam dual SIMcard. No primeiro semestre teremos quatro lançamentos no Brasil: o ZQ; o Xperia E, que é dual SIMcard; e outros dois modelos a serem anunciados em fevereiro, sendo um deles 4G.

Qual é a expectativa de vendas da Sony para o Brasil em 2013?

Esperamos aumentar em 50% o volume de unidades vendidas no País este ano, enquanto o mercado brasileiro de smartphones deve subir 30%.

O fato de a marca Sony estar presente em diversos produtos eletroeletrônicos é uma vantagem a ser explorada?

É uma grande oportunidade para a Sony. Temos a linha One Touch, com integração dos diversos dispositivos da Sony (solução de conexão via NFC entre os produtos). Além disso, há um design comum entre todos os produtos. E a interface com o usuário é a mesma na TV ou no celular. Uma pesquisa mundial mostra que 70% dos consumidores gostam de produtos conectados entre si.

Quais as iniciativas da Sony para se diferenciar com oferta de conteúdo móvel?

Vamos trazer para o Brasil neste ano o Sony Entertainment Network, nosso serviço de vídeos, músicas, jogos e armazenamento em nuvem. O acesso será multiplataforma, mas restrito a dispositivos da marca Sony, como smartphones e Playstation.

O mercado de smartphones é muito competitivo e começa a se consolidar. A HTC fechou as portas no Brasil ano passado. E a RIM passa por um momento delicado. Como podemos ter certeza que isso não acontecerá com a Sony?

A Sony é a terceira do mundo nesse mercado, como já disse. E somos referência em imagem, em música, em conteúdo com a Sony Music, a Sony Pictures etc. Temos os pilares para fazer dar certo. É uma empresa muito grande e conseguimos unificar a nossa tecnologia em todos os aparelhos, com a mesma interface.

Alguns fabricantes criaram lojas próprias de aplicativos, como a Samsung Apps. A Sony seguirá esse caminho?

Não. Acreditamos em plataformas abertas. Elas são o futuro para o sucesso.

E quanto a sistemas operacionais? Vão continuar 100% Android?

Por enquanto, sim. Mas continuamos analisando outros sistemas. Temos um relacionamento forte com a Microsoft por causa da linha de laptops Vaio, por exemplo. Estamos testando vários sistemas. Mas essa é uma decisão corporativa, não será tomada no Brasil.

 

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