A Polônia prendeu um funcionário chinês da Huawei sob a alegação de que ele estaria espionando o país para a China. Um polonês, que trabalha na Orange Polska, também estaria envolvido e também foi levado pela polícia. A informação foi dada pela mídia estatal polonesa e circula por Bloomberg, The Guardian, entre outros noticiários.
A ação acaba por intensificar as questões do Ocidente com a chinesa Huawei. Porém, um porta-voz dos serviços de segurança poloneses disse à Reuters que as alegações estavam relacionadas a ações individuais e não ligadas diretamente à Huawei.
O canal de TV público polonês TVP disse que os serviços de segurança revistaram os escritórios locais da Huawei, bem como os da empresa de telecomunicações Orange Polska.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse estar muito preocupado com os relatórios e pediu à Polônia que cuide do caso com justiça.
A Huawei disse em comunicado: “Estamos cientes da situação e estamos investigando. A Huawei cumpre todas as leis e regulamentos aplicáveis nos países em que opera e exigimos que todos os funcionários cumpram as leis e regulamentos dos países onde estão sediados.”
Já a Orange Polska disse que a agência de segurança recolheu materiais relacionados a um funcionário, que não teria sido identificado. A empresa acrescentou que não sabia se a investigação estava vinculada ao trabalho profissional do funcionário e continuaria a cooperar com as autoridades.
A dupla presa será mantida por três meses, informou o porta-voz do chefe de serviços especiais da Polônia.
A história
Em dezembro, autoridades canadenses prenderam a CFO da Huawei Meng Wanzhou, a pedido de autoridades norte-americanas, como parte de uma investigação sobre supostas violações de sanções comerciais, aumentando as tensões com a China em um momento em que Washington e Pequim estão envolvidos em uma guerra comercial mais ampla.
Em 2017, a lei chinesa de inteligência mudou e estabeleceu que as organizações e cidadãos chineses devem, de acordo com a lei, apoiar, cooperar e colaborar no trabalho nacional de inteligência. Isso acabou gerando receios no Ocidente com relação à Huawei e à empresa de equipamentos de telecomunicações ZTE.
Entre as preocupações estaria o fato de que a Huawei poderia ser solicitada pelo governo chinês a incorporar “backdoors” em seus equipamentos, permitindo o acesso de Pequim, para fins de espionagem ou sabotagem.
A Noruega disse na quarta-feira que está considerando se vai se juntar a outras nações ocidentais, excluindo a Huawei, de construir parte da rede de telecomunicações 5G do país.
Em dezembro, Japão disse que deveria proibir produtos de telecomunicação da chinesa.
No entanto, apesar do medo, não há provas de que as empresas estariam espionando para o governo chinês.