O avanço do open banking no País depende das instituições trazerem valor ao cliente com ações que construam uma massa crítica no ecossistema. É o que avalia Fabio Câmara, CEO da FCamara, a empresa de consultoria e tecnologia que implementou o repositório do open finance do Banco Central, além de ter feito projetos com bancos como o BTG Pactual. De acordo com o executivo, até o momento, os produtos e serviços que nascem do open banking ainda estão voltados para a elite, mas deveriam focar nas classes C, D e E, essas, sim, produtoras da “massa crítica”, citada por ele.
“Parece que o open banking é para o cliente A e B, que está em grandes bancos e troca informações das suas aplicações. Não é isso que movimenta o open banking. Na minha opinião, o sistema tem que ajudar da classe C para baixo”, disse. “E se, de fato, nós quisermos atingir as classes C, D e E, o open banking precisa ser orientado e trazer competitividade para microcrédito, ter uma regulação voltada ao P2P, permitir que startups e ONGs participem das negociações, e assim conseguir uma escala com uma função real”, completa.
Em conversa recente com Mobile Time, o executivo afirma que o open finance precisa mostrar ao consumidor “o que ele ganha com esse sistema”. Para esse caminho, Câmara cita três pontos:
- Trazer valor para o cliente;
- Deixar os pequenos players entrarem no ecossistema aberto;
- Criar ações para atrair as classes C, D e E, de modo que gere massa crítica.
Open health
Com o open finance em curso, a FCamara começa a apostar suas fichas no open health brasileiro. Câmara explica que investirá pesado em 2024 e 2025 para acelerar o sistema de saúde aberto no Brasil. O movimento está começando com a troca de informações entre os players dessa indústria, como farmacêuticas, redes hospitalares e planos de saúde.
Câmara explicou que essa ideia começa antes mesmo da regulação, que ainda não está muito avançada. A concepção da companhia é criar um open health em uma união pró-paciente: “Estamos falando de saúde para a pessoa ficar saudável e deixar que seja um assunto de pessoas com doenças crônicas. Mas deve ser uma iniciativa de todos. Unir farmacêuticas, laboratórios, centros de diagnósticos para trocar informações. O ecossistema investindo para alertar a pessoa antes de ela ficar doente”, explicou o executivo.
Crédito: imagem produzida por Fernando Paiva com IA generativa (Dall-E 3)