Nesta madrugada, a TIM encerrou uma disputa antiga com o C6 Bank, seu então parceiro em serviços financeiros. A operadora deverá receber cerca de R$ 517 milhões em bônus de subscrição em circulação, além de aproximadamente R$ 280 milhões em receita bruta total. O acordo prevê também a transferência das ações detidas pela TIM ao C6. Para encerrar oficialmente o processo de arbitragem as empresas aguardam a manifestação do órgão regulador das Ilhas Cayman.
A parceria, iniciada em março de 2020, focava em ofertas conjuntas de serviços financeiros e de telecom. No entanto, um ano e meio depois, a operadora anunciou a abertura de um processo de arbitragem contra o C6 Bank, no Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá para a discussão de algumas cláusulas contratuais. O processo andou o tempo todo em sigilo.
“Acabamos de definir o acordo com o C6. Entramos com vários processos de arbitragem [ao longo da parceria]. Fechamos os processos, terminamos a parceria e monetizamos a nossa participação”, explicou Alberto Griselli, CEO da TIM, durante coletiva com jornalistas sobre os resultados financeiros da empresa, nesta terça-feira, 11.
De acordo com os executivos da operadora, os clientes não serão impactados pelo fim da parceria. “Todos os benefícios serão mantidos. É claro que cada oferta tem a sua validade e a gente vai manter os benefícios mesmo com o fim da parceria”, disse Para Renato Ciuchini, vice-presidente de estratégia e transformação da TIM Brasil.
Parceria da TIM no setor financeiro focará em crédito e investimento
Com o fim da parceria com o C6 Bank, a operadora vai se concentrar em parceiro ou parceiros que possam oferecer crédito e investimentos. Para Ciuchini, a ideia é mudar também o modelo de negócio desenhado. Se com o C6 a TIM recebia por cliente novo, ou seja, apenas uma vez, agora, a ideia é montar um modelo de revenue share, semelhante ao desenhado com o Cartão de Todos.
“Com o anúncio de hoje de manhã, se abre uma oportunidade de fazer novas parcerias com o setor financeiro. Esperamos que nos próximos meses a gente anuncie uma ou mais parcerias no segmento financeiro como um todo – que é o segmento mais rico, que gera mais valor. Estamos muito animados com o que está se abrindo e com o que vamos construir daqui para frente”, comentou Ciuchini.
Cartão de Todos
No ano passado, a parceria com a healthtech Cartão de Todos ganhou tração com a aquisição de mais 160 mil novos clientes. “Testamos vários modelos e a parceria engrenou a partir da metade de junho [de 2024]. E esta parceria é diferente, não é mais em equity [como com o C6], mas revenue share. A receita vai sendo construída à medida que cresce a base de clientes. É uma receita menor que vamos receber, mas ela vai durar enquanto o cliente estiver conosco. Vamos construindo uma base em conjunto e aumentando a receita”, contou o VP de estratégia e transformação da operadora.
Parceria no setor de energia
No fim do ano passado, a TIM fechou um MOU (memorando de entendimento) com a Eletrobras e agora montam uma estratégia completa para o segmento de energia. “É um setor em que temos grandes oportunidades. Temos um ativo que é toda essa relação com o mercado consumidor que eles não têm. É um ativo muito complementar e temos várias oportunidades”, explicou o executivo.
“Em breve vamos fazer outros anúncios e trazer uma estratégia completa para o setor de energia”, avisou Ciuchini.
Em novembro, Mobile Time conversou com Fábio Avellar, vice-presidente de receita da operadora, que explicou que a parceria começará com a venda de energia elétrica no mercado livre de energia para a base de clientes corporativos (B2B) da TIM a partir do primeiro semestre de 2025.