O governador de São Paulo, João Doria, apresentou nesta quinta-feira, 11, uma série de restrições para fomentar o distanciamento social em todo o estado e evitar a transmissão do novo coronavírus (Sars-CoV 2). Com validade entre 15 e 30 de março, Doria instituiu que o teletrabalho será obrigatório para atividades administrativas não essenciais, o que inclui escritórios que não tenham qualquer atividade comercial e repartições públicas.
Essa ação busca tirar de circulação 4 milhões de pessoas. Entre os setores com restrição mais rígida estão: call centers; estabelecimentos comerciais; administração pública; transporte coletivo e individual; todos os níveis de educação; comércio eletroeletrônico; tecnologia; comércio de materiais de construção, supermercados e similares, hotelaria, esportes e telecomunicações.
Outra medida institui o trabalho escalonado. Seu intuito é evitar aglomeração de pessoas no transporte público. Os funcionários que atuam na indústria poderão se locomover das 5h às 7h; os trabalhadores de serviços, das 7h às 9h; e do comércio, das 9h às 11h.
Agravamento
Entre outras ações por conta do agravamento da fase vermelha em São Paulo estão: toque de recolher entre 20h e 5h; proibição de uso de parques e praias; proibição de qualquer tipo de aglomeração; e uso de máscaras em todos os ambientes – internos e externos.
Na educação, os alunos poderão ir às escolas para se alimentarem e retirarem o SIMCard – que permitirá o estudo em casa. Mas as aulas presenciais estão suspensas. O governo adiantará dois recessos de abril e outubro para não atrapalhar o calendário estudantil.
Além disso, o consumidor comum poderá comprar alimentos e produtos apenas por delivery ou drive-thru. Fica proibida a venda direta no estabelecimento comercial. Delivery pode ser pedido a qualquer hora do dia. Por sua vez, o drive-thru deve seguir as regras do toque de recolher com serviço das 5h às 20h.
Crise sanitária
A reação de Doria é o mais próximo de um lockdown completo desde o começo da crise do coronavírus em março de 2020. As medidas foram apresentadas após a taxa de ocupação das UTIs chegar a 86%; a média móvel diária de novos casos e de novas mortes subir 12% e as internações crescerem 10% nas últimas 24 horas.
Atualmente, 9,1 mil pacientes estão em leitos de UTIs para Covid-19 e 1 mil estão na fila de espera. A quantidade de pacientes internados é 47% maior que o pico da primeira fase da crise e o estado de São Paulo registrou em 20 dias recorde de pacientes internados em UTI Covid.
Ao todo, o estado contabilizou 2,1 milhões de casos com Covid-19 e 63 mil mortos até 18h da última quarta-feira.
Nesta quinta-feira, o status de pandemia conferido pela OMS ao surto do novo coronavírus completa um ano.