[Matéria atualizada em 11/03/2022, às 16h16, para a inclusão de posicionamento no Twitter da Meta] O governo da Rússia abriu uma investigação criminal contra a Meta (ex-Facebook), nesta sexta-feira, 11, após o Facebook, controlado pela empresa, liberar discursos de ódio contra o país no contexto da guerra contra a Ucrânia.
“Um processo criminal foi iniciado em relação aos pedidos ilegais de assassinato e violência contra cidadãos da Federação Russa por funcionários da empresa americana Meta, proprietária das redes sociais Facebook e Instagram”, disse o Comitê de Investigação da Rússia, à agência Reuters, se referindo a mensagens como “morte aos invasores russos”.
Segundo apurou a agência, a defesa de atos de violência contra russos serão permitidas pela Meta quando a mensagem estiver claramente falando sobre a invasão da Ucrânia, e que isso não se aplicaria a prisioneiros de guerra.
Procurada por Mobile Time, a Meta confirmou que liberou estes comentários “para que aqueles afetados pela guerra pudessem se expressar”.
“Como resultado da invasão da Ucrânia, fizemos uma exceção temporária para aqueles afetados pela guerra expressarem sentimentos violentos contra as forças armadas invasoras como, por exemplo, ‘morte aos invasores russos’. Essas são medidas temporárias para preservar a voz e a expressão das pessoas que estão enfrentando a invasão. Como sempre, proibimos ameaças reais de violência contra russos fora do contexto específico da invasão da Ucrânia”, diz a declaração do porta-voz da Meta.
Em seu Twitter, Nick Clegg, presidente de assuntos globais da Meta, afirmou que trata-se de uma decisão temporária, tomada em circunstâncias sem precedentes, e que a empresa não vai tolerar “russofobia” e nenhum outro tipo de discriminação contra a população russa.
Bloqueios
A cada dia que passa, mais empresas de tecnologia anunciam a suspensão de seus serviços na Rússia. Da mesma forma, o País vem bloqueando plataformas que trazem informações com pontos de vista diferentes do governo russo.
Na sexta-feira passada, 4, o Roskomnadzor, Serviço Federal de Supervisão de Comunicações da Rússia, anunciou a suspensão do acesso ao Facebook e Twitter no País. Netflix, TikTok, PayPal também não atuam mais na Rússia.
Após suspenderem a venda de anúncios, o YouTube e o Google Play Store proibiram a monetização de todos os seus serviços pagos na Rússia, incluindo assinaturas.