No fim de 2024, a Botmaker lançou agentes de IA para interações personalizadas. Agora, anuncia sua chegada ao mercado de voz. A ideia é unir os agentes de IA com a voz, mas sempre deixando a possibilidade para o transbordo para o humano.
Em testes realizados entre a empresa e a OpenAI, é possível mandar mensagens de voz para um bot e obter respostas com até 70% de precisão. De acordo com Alejandro Zuzenberg, cofundador e CEO da Botmaker, a tecnologia não precisa mais transformar o áudio em texto para compreender o que está sendo falado. Agora, o modelo avança para o voice-to-voice.

Alejandro Zuzengerg, CEO da Botmaker. Crédito: divulgação
“A velocidade da performance é instantânea. Não existe o tempo de espera da conversão da voz para o texto, é imediato. Isso vai mudar a tecnologia e finalmente teremos agentes de IA através de canais de voz adotados por empresas”, garante o executivo em conversa recente com este noticiário.
O desenvolvimento e aprimoramento da tecnologia está atrelado ao lançamento do WhatsApp Call, que permite que empresas tenham conversas telefônicas com seus clientes no app de mensageria. “E, caso a empresa tenha uma conta no WhatsApp Business Platform, é possível acessar a nossa ferramenta, que já está operando. Basta clicar numa caixinha para receber chamadas de voz”, detalha Zuzenberg, que acredita que a tecnologia será disruptiva para as empresas. “O mundo de agentes de IA com voz é grande, precisa criar os agentes, treiná-los ou fazer atendimento humano. O que muda agora é que as empresas não precisarão mais ter uma central telefônica”, resume.
Para Eric Buzzi, country manager da empresa no Brasil, a solução vai escalar rápido. “Vamos sair, em 2025, do formato de experimentação para a escala, buscando resultado palpável dentro das empresas”, conta.
O executivo acredita que com todas essas mudanças – agentes de IA e voz nas conversas com a máquina – o mundo conversacional deixe de ser mais um silo para se transformar no core do negócio.
“O mundo conversacional é tratado como mais um silo. Um varejista, por exemplo, tem as lojas físicas, o e-commerce e o conversacional. Mas agora ele será a espinha dorsal do negócio. O conversacional pode alavancar o app, as vendas no e-commerce, trabalhar com a jornada de carrinho abandonado, ajudar a encantar a loja física – imagina o que pode ser feito como QR code nas lojas?”, questiona.
A novidade de se gerar conteúdo por voz, de um jeito natural, permitirá que as marcas criem sua identidade de voz e “habilita definitivamente o chatbot para uma conversa telefônica, dentro do WhatsApp, do site ou de outro canal da empresa”, exemplifica Buzzi.
Botmaker: voz para os Ads

Erick Buzzi, country manager do Brasil da Botmaker. Crédito: divulgação
O mundo conversacional também vai transbordar para a publicidade. Para a geração de leads, se antes era necessário construir uma landing page para que o potencial cliente preenchesse um formulário, agora, basta clicar no anúncio para iniciar uma conversa com o vendedor. “É instantâneo. Agora, a indústria de anúncios é go to messaging: você clica e inicia uma conversa imediatamente. Isso vira o jogo porque o vendedor está ali. Acreditamos que vai haver uma demanda de agentes autônomos para transformar essas conversas que se iniciam ao clicar num anúncio”, explica Zuzenberg.
O executivo não entrou em detalhes, mas existem alguns clientes usando a solução. Um deles é a Supergasbras.
Vale dizer que a Botmarker é parceira do Google Ads, mas é possível também conectar a solução ao Meta Ads.
“O cliente conecta sua conta da Botmarker e de WhatsApp com as contas de Ads. Ele constrói uma jornada para acompanhar o usuário e entender o retorno dos anúncios dentro das conversas, se está convertendo e usa as conversões para melhorar o algoritmo de anúncios”, explica Buzzi. “Isso é bastante novo. No Google somos umas das poucas empresas no mundo. É um produto criado para o Brasil e para a América Latina. E é mais uma área de crescimento para este ano”.
“O ano de 2025 será superinteressante e muita coisa está acontecendo. E o mercado está receptivo para quem tem a capacidade de inovar”, complementa.