A Unifique terminou o primeiro trimestre de 2022 com R$ 33 milhões de lucro, um aumento de 76% ante R$ 19 milhões de um ano antes. Os gastos operacionais saltaram de R$ 90 milhões para R$ 154 milhões na comparação ano a ano, alta de 71,5%. E o EBITDA subiu 51%, com R$ 77 milhões, contra R$ 51 milhões do primeiro trimestre de 2021.
Em conversa com Mobile Time nesta quarta-feira, 11, Wilson Souza Júnior, diretor financeiro da operadora, explicou que o aumento da inadimplência por conta do cenário macroeconômico afetou um aumento mais forte dos ganhos da empresa no primeiro trimestre deste ano.
“A inadimplência foi muito difícil nesse primeiro trimestre de 2022. Foram R$ 8,5 milhões de inadimplência contra R$ 2,2 milhões um ano atrás (286% de incremento). Desde o início do exercício notamos esse cenário. Mas estamos com inadimplência baixa comparada com outros players”, disse Souza Júnior. “O importante foi terminar o período com rentabilidade”, completou.
O executivo explicou que o churn cresceu de 1,42% para 2,42%, devido ao cenário macroeconômico, mas também pelas aquisições da empresa. O movimento de M&A da Unifique também afetou o ARPU que ficou em queda no período, mas Souza Júnior afirmou que este índice está estabilizado.
Caixa e aquisições
Em seu caixa, a companhia terminou o primeiro trimestre de 2022 com quatro vezes mais dinheiro no caixa, R$ 635 milhões, contra R$ 159 milhões de um ano antes.
Com o caixa cheio, o endividamento em sua maior parte para o longo prazo e ainda sem os impactos do 5G, a companhia segue na rota de aquisição de ISPs pelo Brasil afora. Contudo, Souza Júnior explicou que, diferentemente do ritmo de 2021, o cenário para M&A em 2022 terá ressalvas.
“As condições estão diferentes, se compararmos 2021 e 2022. Hoje tem que ser um negócio muito bom. Possivelmente teremos mais aquisições, mas não será como no passado”, disse ao explicar que a seleção de provedores ficou mais criteriosa. “A empresa está um relógio. Tem os desafios nas aquisições, pois as operadoras nem sempre estão na qualidade que esperamos. Mas adquirimos a Guaíba e esperamos a aprovação da Sygo que não temos o controle ainda, mas estamos bem próximos deles”, concluiu.
Além de Sygo e Guaíba, a Unifique fez outras dez aquisições no último ano na região do Sul do País: BKTech; Naja; TKNet; Neofibra; Zappen; Fibramax; SSTV; MKS; Click SBS; e Mosaico Telecom.
