A Kovi (Android, iOS) busca ampliar sua frota no México e no Brasil neste ano, informa Bruno Poljokan, CRO da empresa, em conversa com Mobile Time. No Brasil, passará de 10 mil para 25 mil veículos. E no México, de 1 mil para 5 mil.
A operação da companhia de aluguel de carros para motoristas de apps no México começou com 100 veículos em 2020, antes da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov 2). Desde então, a empresa vem escalando continuamente a oferta dos carros aos consumidores daquele país.
No Brasil, mesmo impactado com a crise pandêmica, conseguiu dobrar o número de veículos no ano passado, subindo de 5 mil para 10 mil: “Em 2021 devemos conseguir crescer a nossa frota em cerca de 2,5 vezes. Mesmo assim, tem sido um ano difícil para todo o setor pois diversas montadoras pararam sua produção ou tiveram problemas com peças específicas. A Anfavea declarou em março deste ano que existiam 14 montadoras e 30 fábricas paradas. E em abril, o número desceu para cinco montadoras e 10 fábricas”, completou.
Estratégia local
Para manter a toada de incremento das receitas no Brasil, a Kovi vem investindo em novos modelos de negócios e funcionalidades para o seu público. “Nosso principal objetivo é continuar crescendo de forma acelerada tanto no mercado de aluguel para aplicativos, onde já estamos, quanto para novos mercados e produtos. No início do ano lançamos o Kovi Seguro, e a ideia é lançar mais um produto até o final do ano”, afirmou Poljokan.
No business model, a novidade da companhia durante a pandemia foi a introdução do pay per mile, serviço em que o motorista paga por quilômetro percorrido com o veículo alugado. Um formato que foge do modelo tradicional de locação, no qual o motorista escolhe quanto percorrerá e paga valores adicionais para quilômetros extras. O CRO da startup destaca que isso foi necessário pelo momento que muitos dos seus clientes tiveram de redução das corridas.
“A frota chegou a cair 40% a 45% em utilização. No pico da crise, criamos um modelo para o motorista pagar o básico, R$ 10. Ou seja, se ele não usasse o carro, ele ficava pagando um preço baixo. E ajudava a não ter alta devolução na Kovi”, disse. “Mantemos isso até a retomada, gradativamente. Quando o mercado começou a voltar, a retomada foi rápida. Teve muita demanda pelo lado dos motoristas, e nós ficamos sem a oferta de carros muito porque a indústria parou”, afirmou.
Agora, a Kovi percebeu que o cenário mudou com os profissionais buscando mais estabilidade, porém com preços baixos. Neste panorama, a startup lançou recentemente outro modelo de aluguel, o Kovi Max. Neste novo formato, o condutor assina um contrato mínimo de 12 meses e tem como benefícios carro zero e veículo reserva em até 24h. Atualmente, 20% da base de usuários assinam o serviço de longo prazo.
Desafios
Por outro lado, ainda há desafios como fila de espera, manutenção dos carros e segurança. A fila de espera caiu recentemente de 17 mil para 10 mil consumidores com entrada de novos carros. Em manutenção, a companhia ampliou sua oficina em São Paulo e passou a ter 114 funcionários para fazer a assistência do veículo e colocá-lo rapidamente nas ruas. Em média, a oficina realiza até 60 atendimentos por dia. Na parte de segurança, a Kovi tem uma operação de Internet das Coisas para monitorar os veículos e recuperar em caso de roubo. Além disso, fechou uma parceria com a Usebens para segurar os veículos.
Públicos
Poljokan afirmou que não haverá uma estratégia de expansão da oferta dos veículos para o consumidor comum. Atualmente, aproximadamente 5% dos condutores que alugam carros da Kovi não são motoristas. O executivo enxerga um ‘oceano azul’ para ofertar veículos, produtos e serviços a motoristas de aplicativos.
“A verdade é que o nicho no qual estamos é muito grande. Todas os dados que acompanhamos é que a base de motoristas de apps deve crescer três vezes nos próximos 10 anos. Estamos falando de mais de 1 milhão de motoristas de apps. As três grandes locadoras alugam para 60 mil a 70 mil deles”, disse. “A nossa principal estratégia é crescer no mercado de motoristas apps”, concluiu.