A baixa latência, a confiabilidade e a conexão de múltiplos dispositivos na rede 5G possibilitarão um futuro pós-smartphone. Essa é a opinião de Marcio Fabbris, vice-presidente de marketing e vendas da Vivo. Ele participou de painel em evento sobre o 5G realizado pelo Ministério das Comunicações, em São Paulo, nesta quinta-feira, 11, no qual falou sobre o assunto.
“O sinal tem uma ótima velocidade, mas isso sem aplicação não vai mudar muito a vida de ninguém. Muito se fala que talvez a gente esteja entrando numa era pós-smartphone. Talvez outros dispositivos possam integrar a nossa realidade à informação que chega via 5G”, afirmou. “O que a Vivo tem feito é apostar nesses novos modelos de negócio, no setor da educação, de saúde, no financeiro, buscando ser muito mais do que uma operadora de telecom e, sim, um hub de soluções digitais para os clientes.”
Para ele, o cenário que vivemos se assemelha à chegada do 4G no País, que permitiu o surgimento de aplicações inéditas, como apps de economia compartilhada, após a implementação da tecnologia. A rede 5G deve transformar o mercado de telecomunicações não só oferecendo mais rapidez na conexão, mas principalmente no desenvolvimento de soluções que mudarão o cotidiano dos consumidores.
“Esses novos modelos de negócio apareceram depois que a tecnologia já estava implementada e as condições básicas, estabelecidas. Eu acho que, no 5G, a gente está vivendo esse momento inicial. Existe ainda uma incerteza sobre se existirá uma aplicação chave da tecnologia. Talvez essas novas aplicações cheguem primeiro no mercado B2B”, disse.
Fabbris citou a possibilidade do setor agro, um dos maiores do Brasil, ser um dos primeiros a se beneficiar da automatização viabilizada pelo 5G. Segundo o VP da Vivo, os avanços na rede – caracterizada principalmente pela baixa latência, mas também pela confiabilidade da rede e conexão simultânea de múltiplos dispositivos, na Internet das Coisas – podem levar a produtividade do setor a outro patamar. Depois, devem surgir novas soluções no mercado financeiro e na indústria 4.0.
“O modelo de inovação do 5G é significativamente diferente do que foi no 3G e no 4G. Eu já estou achando que o termo ‘rede 5G’ está ultrapassado. É uma plataforma de inovação. No 3G, a inovação pertencia muito aos operadores. No 4G, esse balanço saiu e foi para um ecossistema fora das operadoras. O 5G, que é uma rede de alto desempenho, requer que esses desenvolvedores utilizem essa capacidade coordenada com as operadoras. Vai fazer com que a inovação seja distribuída entre os operadores e os desenvolvedores”, analisou Rodrigo Dienstmann, CEO da Ericsson Latam South.