O ministro das Comunicações, Fabio Faria, afirmou que o próximo passo do Brasil após o 5G é se transformar em um hub tecnológico. Durante o seminário 5G.BR, realizado pelo governo federal nesta quinta-feira, 11, Faria defendeu a necessidade da construção de uma indústria de semicondutores no Brasil.
“Nós temos um problema que é a falta de semicondutores no mundo. A totalidade da produção está na Ásia, 75% em Taiwan. Precisamos conversar com empresas para abrir fábrica de semicondutores no Brasil. Conversamos com Intel e Samsung e assinamos um acordo de entendimento. Mas não temos engenheiros suficientes. Não tem como competirmos com Índia, China e EUA. Precisamos que o setor privado invista. Por exemplo, na TSMC (principal fábrica de semicondutores de Taiwan), 93% dos funcionários têm doutorado e pós-graduação”, disse o ministro.
O líder da pasta afirmou que pode fazer parceria com outros países também.
Conectividade
O evento, que contou com a presença de ministros do Japão e da Finlândia, além de representantes do setor privado, abordou principalmente o desenvolvimento do 5G no Brasil. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, enfatizou que a tecnologia de quinta geração da rede celular ajudará no avanço da conectividade em saúde, educação e mobilidade.
“Hoje no pós-pandemia, o cenário é bem diferente. Temos avanços como a telemedicina. A questão da educação, todos os nossos alunos têm tablet com chip para fazer as atividades e complementar os estudos em sala de aula. Com o 5G vamos melhorar mais isso. Temos 13 mil ônibus, 5,5 mil deles com Internet. Até 2024 serão todos com 5G”, afirmou Nunes.
Por sua vez, Faria lembrou que a cidade de São Paulo terá 1.522 antenas de 5G instaladas até 29 de setembro, 309% acima da meta do leilão de frequências e metade das 3,2 mil antenas necessárias na capital paulista. Informou ainda que Brasília tinha meta de 93 antenas e começou com 333, 258% a mais. Belo Horizonte tinha meta de 78 e lançou com 158, o dobro. E Porto Alegre começou com 111 antenas, 146% a mais que a meta de 45.
Mais cedo, em conversa com a imprensa, o ministro lembrou que até 29 de setembro o 5G está em período de ajustes nas capitais já lançadas, por isso, a conectividade não está em sua plena capacidade. Depois dessa data, as operadoras podem ser notificadas caso não entreguem a qualidade esperada do 5G.
O ministro também defendeu o caráter não arrecadatório do leilão de 5G. Lembrou que dos R$ 47 bilhões comprometidos pelas empresas para a aquisição de frequências, R$ 5 bilhões foram para os cofres do governo e R$ 42 bilhões vão para compromissos de infraestrutura para o País.