O concierge tradicional costuma trabalhar no hotel, atrás de uma mesa, à espera de hóspedes que precisem de alguma ajuda na cidade. A start-up carioca LocalWander quer transformar radicalmente essa figura. A ideia é oferecer aos hotéis um trabalho de concierge feito por pessoas comuns, que moram na cidade e estão por dentro das novidades e de programas bacanas para serem feitos. Seriam como "amigos locais" para os hóspedes, fornecendo dicas em inglês ou português para quem quiser fugir dos roteiros turísticos tradicionais. E tudo isso feito remotamente, através de um app para celular. Na prática, é uma espécie de concierge móvel. O H3 Hotel, em São Paulo, já aderiu à ideia. E o Marina All Suites, no Rio de Janeiro, será o próximo.
Na prática, a LocalWander cria um aplicativo para o hotel, em Android e iOS, no qual inclui a sua ferramenta de concierge móvel. Os hóspedes se logam pelo app e podem abrir uma janela de bate-papo interna para se comunicar com os amigos locais disponibilizados pelo serviço. Cada hotel paga uma mensalidade à LocalWander que varia de acordo com a sua taxa de ocupação. Os amigos locais, por sua vez, recebem uma comissão que leva em conta a qualidade do seu atendimento.
"Os hotéis estão fazendo a mesma coisa há muito tempo. Com o LocalWander têm a chance de darem uma modernizada e ganharem mais competitividade", comenta Carolina Zarur, fundadora da start-up. Por conta das Olimpíadas, a empresa pretende concentrar seus esforços junto à rede hoteleira carioca nos próximos meses.
Hoje há seis pessoas trabalhando como amigos locais para o LocalWander no Rio de Janeiro e em São Paulo. A escolha por enquanto é feita através da própria rede de contatos dos fundadores do serviço. Todos têm outros trabalhos em seu dia a dia. Há um designer, um administrador, um dentista e até uma engenheira da Petrobras. "Tem que ser pessoas que gostem de se comunicar e de descobrir novidades", descreve Carolina.
A LocalWander faz parte da primeira turma do Startup Rio, programa de pré-aceleração criado pelo governo do estado do Rio de Janeiro que selecionou 50 ideias de start-ups de tecnologia e distribuiu R$ 100 mil para cada uma, além de oferecer espaço para co-working, capacitação e treinamento, sob a coordenação da aceleradora Outsource Brazil. O ciclo da primeira turma termina ao fim deste ano. O edital para a seleção da segunda turma está no ar no site da Faperj.