48% dos executivos de TI no mundo afirmam que suas empresas já estiveram envolvidas em violações de dados pessoais de seus consumidores, e 43% dos líderes dessas empresas confessaram que venderam informações pessoalmente identificáveis (PII, na sigla em inglês). Os dados são do relatório Global State of Digital Trust Survey and Index 2018, encomendado pela CA Technologies e realizado pela Frost & Sullivan, que entrevistou executivos, profissionais de cibersegurança e consumidores sobre confiança digital.
Com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR na sigla em inglês) aprovada na União Europeia em maio, e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) sancionada recentemente no Brasil, atitudes como essas devem cessar ou diminuir. Isso porque as empresas terão que se adaptar às novas normas para não sofrerem multas pesadas propostas pelas leis (10 milhões de euros para pequenas infrações, ou 2% do volume de negócios da empresa, ou 20 milhões ou 4% do volume de negócios – o que for maior – pela GDPR; e 2% do faturamento da empresa, limitada a R$ 50 milhões por infração, pela lei brasileira). Não à toa, 48% dos consumidores afirmam terem abandonado serviços de organizações envolvidas em violação de dados.
O relatório também aponta que 15% dos profissionais de cibersegurança pesquisados sabiam da venda desses dados, enquanto que 90% das corporações garantiram que oferecem forte proteção dos dados dos consumidores.
O índice que mede a confiança dos consumidores pesquisados na capacidade ou no desejo das organizações de proteger totalmente os dados dos consumidores é de 61 pontos, num total de 100. Porém, entre executivos e profissionais de cibersegurança esse índice sobe para 75 pontos. A diferença de percepção de 14 pontos entre os “dois mundos” demonstra que há uma incompatibilidade com a realidade.
Este índice foi calculado com base em sistemas que medem os principais fatores relacionados à confiança digital, incluindo: nível da tendência dos consumidores em compartilhar dados pessoais com organizações e o nível de proteção de dados garantida por essas empresas.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa contou com 990 consumidores, 336 profissionais de segurança e 324 executivos de 10 países e foi realizada entre março e abril de 2018. Os entrevistados exercem posições de alta gerência e TI em empresas públicas e privadas.