A Twilio quer fechar mais contratos com empresas brasileiras do segmento de finanças. Segundo Lauren Nemeth, CRO da companhia, a empresa já tem alguns grandes bancos entre seus clientes, mas quer mais. “Isso pode acelerar mais investimentos que faremos na região”, disse a executiva, que também está à procura de clientes em outras verticais. “Em sua maioria são empresas financeiras, mas também verticais reguladas como saúde, educação, telecomunicações e seguros. E olhamos para varejo e logística”, completou.
Sem revelar valores, Nemeth afirmou que no primeiro semestre de 2023 a Twilio ficou à frente da meta de receita, lucro bruto e métricas de produtividade geral no Brasil. Em 2022, a companhia traçou como objetivo crescer 90% seu faturamento para o País no ano seguinte. A CRO credita o movimento de crescimento da Twilio ao amadurecimento do mercado brasileiro de tecnologia. Essa evolução também ocorre com os clientes da companhia de CPaaS que estão buscando melhores formas de relacionamento com seus consumidores e usuários.
“E quase todos os clientes com quem converso estão realmente preocupados com fraudes. Essa tem sido uma discussão comum. Portanto, muitos dos produtos que construímos em torno da proteção e verificação contra fraudes da identidade do consumidor são importantes. É meio difícil ter qualquer outra conversa, ou impulsionar compras etc. Então, gastamos muito tempo nesse caso de uso específico enquanto estivemos aqui”, disse.
A Twilio planeja ainda continuar e estreitar relacionamento com integradores de sistemas/desenvolvedores no Brasil.
América Latina
A CRO da Twilio também relatou avanços em outros países da América Latina. Especificamente no Peru e México, a empresa de CPaaS fez parcerias exclusivas com operadoras para representar o produto final (CPaaS). Nemeth afirma que o crescimento está ligado ao movimento de open banking e melhor atendimento dos clientes de finanças, mas também à mudança na postura de licenciamento da Twilio e no relacionamento direto com operadoras: “No próprio caso do Peru e México, usamos as nossas finanças para efetuar um pré-pagamento às operadoras para garantir rotas e posição para suprir serviços aos nossos clientes”, disse.
A executiva afirmou que continuará buscando acordos exclusivos na América Latina com operadoras. Disse ainda que estão crescendo em negócios em Colômbia e Chile. Na região latino-americana, a Twilio vê “áreas fortes de crescimento” iniciando por Brasil, seguido por México, Colômbia, Peru, Chile e Argentina.
Nemeth também vê oportunidade de atuar com empresas chinesas (em varejo, energia, tecnologia) que chegam na América Latina ou brasileiras que vão ao exterior.
Global
Em um ano, a Twilio vendeu sua unidade de negócios de IoT para Kore e demitiu 17% de seu quadro de funcionários. Mas Nemeth afirmou que as mudanças melhoraram a Twilio. Na visão da executiva, a companhia cresceu forte durante a pandemia de Covid-19 (todo mundo precisava se digitalizar em comunicação), mas o problema é que diversificou demais.
“IoT era um ótimo produto, mas não era o núcleo do nosso negócio, do ponto de vista da comunicação e em como os nossos clientes querem se relacionar conosco. Se olharmos do outro lado, os negócios de comunicação e software são diferentes em tudo. Tamanhos e estágios de vencimento são diferentes, os compradores são diferentes, os ciclos de vendas são diferentes, e há métricas diferentes que observamos”, afirmou.
“Anteriormente, nós apenas juntamos tudo (IoT, software e comunicação) e não estávamos atendendo os clientes da melhor maneira possível. Depois que dividimos as unidades de negócios, temos muito foco no que realmente esses clientes precisam. Hoje, o meu foco principal é garantir que nossos clientes saibam quem são seus clientes finais e garantir que tenham todos os canais com segurança. E que de forma compatível e eficiente construam com IA ao seu redor para se comunicar com seus próprios clientes”, completou.