A Twilio quer levar para as operadoras brasileiras sua solução de Branded Call (chamada telefônica com identificação da empresa que está ligando). A CRO da Twilio, Lauren Nemeth, afirmou que a tecnologia, que mostra para o consumidor as marcas que ligam para eles e têm suas informações exibidas na tela do smartphone, está avançada nos Estados Unidos e pode trazer benefícios para o mercado brasileiro.
“Hoje estamos falando (com as operadoras) sobre como podemos implementar isso no Brasil também”, disse. “Quão bom seria se seu telefone tocasse e mostrasse uma marca que você conhece, uma marca com a qual deseja se envolver… Assim tem muito mais probabilidade de você atendê-la”, completou.
Vale lembrar que a First Orion tentou trazer essa tecnologia para o Brasil em 2021, mas não teve sucesso. Cabe destacar também que a Anatel exigiu que as teles nacionais instalem uma solução de STIR/SHAKEN, que, na prática, cumpre a mesma função do “branded call”.
Nemeth falou que as operadoras são “essenciais para os negócios” da Twilio, tanto em mensageria como voz. Deu como exemplo a necessidade da conectividade em si e a necessidade de as operadoras trabalharem para desenvolver um ecossistema melhor para os consumidores: “Ninguém quer necessariamente mais mensagens de texto. Mas trata-se de enviar mensagens de melhor qualidade, mais seguras e mais personalizadas, e que realmente encantam o consumidor final”, explicou.
No Brasil, a Twilio tem parcerias diretas com as operadoras ou localmente via Zenvia (empresa que recebeu aporte no IPO em 2021).
Inteligência artificial
Sobre a inteligência artificial, a CRO da Twilio afirmou que a IA sempre esteve em seus produtos, como o Fraud Guard, uma solução de autenticação. Entre seus clientes, Nemeth lembrou justamente que a OpenAI usa suas tecnologias de autenticação (OTP e 2FA), mas também tem visto outras startups de IA criando tecnologias a partir do seu portfólio de CPaaS.
Internamente, a Twilio tem usado a IA para preencher documentos de RFPs (pedido de proposta), algo que demoraria duas semanas para ser preenchido e passou a ser processado em horas, com precisão de 90% a 95%. Ainda assim, a executiva afirmou que o profissional (ser humano) terá sua importância sobre a IA.
“Internamente, ainda vamos precisar de humanos, seja para fazer ajustes ou garantir sua acurácia”, disse. “Eu não acredito que a IA vai tirar nossos empregos, mas definitivamente vai mudar nossos empregos. Mesmo em meu dia a dia, ainda faço bastante coisas redundantes e repetitivas. Mas tudo ainda está quente e nos primeiros dias”, concluiu.