Para a próxima Black Friday, o Google aposta que varejistas e marcas precisarão focar em dois aspectos: criatividade e relacionamento com o consumidor. Em 2023, 66% dos consumidores brasileiros queriam comprar nessa data de promoções, mas apenas 54% adquiriram de fato, sendo que 40% compraram menos que o planejado, segundo pesquisa realizada pela Offerwise em parceria com a big tech. Ou seja, as pessoas queriam comprar, mas não se sentiram atraídas pelas ofertas.

Esse resultado de 2023 está atrelado às buscas por produtos que teriam cerca de 17% menos ofertas do que em 2022.

Gleidys Salvanha, diretora-geral de negócios para varejo e tecnologia do Google Brasil, atribuiu o desempenho do ano passado a uma série de fatores, como o fato de ter sido o primeiro ano de estabilização e normalização. Isso comparado a um período afetado por pandemia da Covid-19, inflação alta e problemas geopolíticos, como a guerra Rússia x Ucrânia. Além disso tudo, havia também falta de apelo nas ofertas para o consumidor.

Agora é preciso superar o ano passado e ser mais original nas promoções: “Está muito claro que, em 2023, nós não aproveitamos todo o potencial da data. Uma parte do apetite de consumo ficou na mesa. Estamos falando é de deixar o dinheiro na mesa porque as pessoas queriam comprar e as marcas não estavam lá”, completou Salvanha.

Mesmo com uma Black Friday “atípica” em 2023, a executiva reforçou que a maioria dos seus clientes bateram as metas. Logo, a diretora não crê que o último ano tenha sido um fracasso, mas acredita que existiu uma “lacuna” porque as empresas não usaram todo o potencial da data.

Black Friday 2024

A expectativa da big tech é que a Black Friday de 2024 tenha 62% dos consumidores com intenção de compra, quatro pontos percentuais abaixo dos 66% de 2023, segundo a Offerwise. Por outro lado, dados internos da companhia indicam um aumento de 13% nas buscas por categorias do comércio no primeiro semestre de 2024 ante 2023, o que pode ser um indicador da vontade de comprar.

Isto em um cenário de melhora na percepção do consumidor sobre a economia, uma vez que 67% acreditam que sua capacidade financeira para fazer compras estará melhor perto da data. Com essa visão do consumidor, mais os aprendizados após o momento aquém do esperado em 2023, Salvanha acredita que as marcas precisarão usar a criatividade para se diferenciar na data promocional que tem seu ápice no dia 29 de novembro.

Entre exemplos de ações de marca que podem ocorrer na Black Friday estão lançamento de produtos, parcerias com outras marcas e expansão do público-alvo, aumento do sortimento de produtos e queima de estoque, sugere o Google.

Imagem principal: Gleidys Salvanha, diretora-geral de negócios para varejo e tecnologia do Google Brasil (divulgação)