Antes mesmo de sua solenidade de posse, mas já como presidente da Anatel (a posse efetiva foi no dia 6), Juarez Quadros teve um encontro com as operadoras de telecomunicações. Na pauta da reunião, ocorrida nesta terça, 11, estava um levantamento das questões que hoje mais preocupam as operadoras no âmbito da agência. O roteiro seguido já é conhecido, de maneira geral, de manifestações públicas das empresas, mas a franqueza com que os temas foram colocados mostrou a grau de urgência que o setor de telecomunicações trata os assuntos. Segundo apurou este noticiário, foram cerca de 15 itens da pauta regulatória ou questões que envolvem a Anatel e o Congresso que precisam ser endereçadas urgentemente.

Um dos aspectos centrais defendidos pelo setor junto ao novo presidente da agência é uma redução da carga regulatória. Não apenas volume, mas também a complexidade. "Existe um movimento mundial de diminuição do tamanho da regulamentação e estabelecimento de políticas públicas mais amplas. O Brasil precisa ir pelo mesmo caminho", disse a este noticiário um dos participantes da reunião. O foco é mudar a forma como o setor é regulado na questão da qualidade dos serviços (por meio de uma avaliação de qualidade percebida, e não de centenas de indicadores), o que está em linha com o discurso do novo presidente. Além disso, a desregulamentação é considerada vital pelas empresas para ajudar na atração de investimentos.

As regras de qualidade da Anatel também foram bastante criticadas pelas empresas junto ao novo presidente. A preocupação maior é com a nova metodologia, que prevê um acompanhamento mais granular das metas, o que poderia, na visão das empresas, tornar ainda mais complexo e custoso o acompanhamento dos serviços. A proposta é de criar um mecanismo mais simples de acompanhamento e que permita a correção de falhas antes do sancionamento.

Consumidores

Outros aspecto crítico colocado pelas empresas é o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor, cujas regras são consideradas confusas, em alguns casos inexequíveis e muito custosas para as empresas. A proposta das empresas é um alongamento de prazo, flexibilização das regras e centralização das reclamações dos consumidores na Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), e não no call center da Anatel.

Também houve queixas em relação a dubiedade de interpretações sobre os regulamentos da agência,  regras  e diretrizes que precisariam ser revisadas, como a fórmula de cálculo do Fator X, leilões arrecadatórios, acompanhamento de indicadores de qualidade na banda larga entre outros. "Há anos o setor defende que a Anatel tenha regras e procedimentos mais transparente para Análise de Impacto Regulatório. Isso é urgente, pois as regras criadas oneram o fluxo de caixa das empresas e o planejamento econômico do setor", diz uma fonte.

 

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