A possibilidade de realizar pagamentos instantâneos por aproximação com as tecnologias NFC e MST estará disponível para os consumidores brasileiros a partir de 2021. A inclusão dessa modalidade na plataforma de pagamentos instantâneos em desenvolvimento pelo Banco Central estava originalmente prevista para a quarta fase do projeto, mas foi adiantada para a segunda, conforme informado na reunião desta semana do Fórum de Pagamentos Instantâneos (Fórum PI).

Os pagamentos por aproximação têm ganhado tração no Brasil nos últimos meses por conta da adição do NFC a cartões de crédito, assim como da popularização de carteiras digitais (Samsung Pay, Apple Pay, Google Pay etc) e da disponibilização da tecnologia no transporte público, como o metrô do Rio de Janeiro e os ônibus de São Paulo. De acordo com a mais recente pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre comércio móvel no Brasil, 17% dos internautas brasileiros com smartphone já pagaram por aproximação usando o aparelho.

Cronograma atualizado

Esta não foi a única alteração no cronograma do projeto de pagamentos instantâneos. Foram divulgadas também a previsão de entrega de cada fase – até então, apenas a da primeira, em novembro de 2020, havia sido divulgada. A segunda fase será em 2021; a terceira, em 2022; e a quarta, em 2023.

Outra mudança importante é que a plataforma de pagamentos instantâneos estará disponível na fase 1 não apenas para os participantes diretos, mas também para os indiretos. Isso abrirá espaço para a participação de várias fintechs logo no lançamento do serviço.

Por sua vez, o uso do QR code gerado pelo pagador foi adiantado no cronograma, passando da terceira para a segunda fase. Por outro lado, a liquidação não prioritária foi postergada da segunda para a terceira fase.

Confira na figura abaixo o cronograma previsto para a plataforma de pagamentos instantâneos.

cronogramabc

Fonte: BC

Novas discussões

Os grupos de trabalho que compõem o Fórum PI agora tratam de duas novas discussões. Uma delas é a possiblidade de envio dos dados de várias transações em bloco compactado em uma única mensagem, em vez de uma mensagem para cada transação. Isso gera um ganho de eficiência, pois diminui o tráfego de dados, o que deve baratear o custo dos pagamentos instantâneos. Em sua apresentação, o BC deu o seguinte exemplo: 100 transações, se enviadas individualmente, consumiriam 239,7 KiB, enquanto que em um bloco compactado seriam apenas 8 KiB.

Outra discussão nova é sobre a idempotência, que evita o processamento em duplicidade mesmo em caso de falha de algum dos elementos do sistema. Se uma operação for enviada novamente, o sistema deve fornecer a mesma resposta, sem repetir a operação. A proposta é que todos os participantes atendam ao princípio da idempotência, cujas regras serão estabelecidas posteriormente. Poderão ser definidas exceções para a aplicação da idempotência.

 

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