O Grupo FCamara deve preparar a sua oferta pública inicial com “pequenas chances para o segundo semestre 2024 e muita chance para 2025”, explicou Fabio Câmara, CEO da companhia. Há uma expectativa de lançar o IPO com um cenário macroeconômico um pouco melhor, uma vez que o mundo está passando por duas guerras de grandes proporções, juros e inflação alta, além da eleição presidencial nos Estados Unidos no segundo semestre deste ano.

Câmara diz que o ideal é fazer o IPO fora do Brasil, em especial nos Estados Unidos que tem outras empresas do segmento de transformação digital e soluções tecnológicas na Nasdaq e NYSE que podem servir de comparativo e, assim, atrair investidores. Um exemplo é a brasileira CI&T que está na Bolsa de Nova Iorque.

Mas o executivo também considera abrir o capital na Bolsa de Londres, devido à estrutura e negócios que a FCamara tem construído no Reino Unido. Essa estrutura foi feita a partir da parceria com a Raidiam para implementarem o “Diretório de Participantes, Dashboard de Métricas e Validador de APIs da Fase 1” do open banking no Banco Central do Brasil.

A brasileira B3 também está no radar. Mas corre por fora, uma vez que não tem um rival do mesmo segmento.

Ao todo, o CEO fez seis rodadas de conversas com investidores, capitaneados por bancos estrangeiros e com participação de nacionais (BTG e Itaú BBA), isso inclui visitas aos fundos âncoras.

Internacionalização e M&A

Antes do IPO, Câmara conta que a companhia seguirá um processo de expansão internacional. A partir da experiência no Reino Unido, a FCamara abriu portas e deve embarcar no Oriente Médio e na Ásia. Olhando especialmente para o Mundo Árabe, o avanço da companhia deve ser no setor de serviços. Essa estratégia ainda passa pela aquisição para a empresa dobrar de tamanho. “E essa empresa é de fora do País”, confirma o CEO, ao afirmar que agrada que seja na Europa, mas com México e Estados Unidos com posições sólidas. Esse avanço terá a cobertura de debêntures conversíveis a serem lançados quando tiverem o nome confirmado.

Câmara reconhece que também tem apetite para comprar empresas menores e de nicho em 2024 no mercado brasileiro, em especial nos setores em que atua, como: saúde, comércio digital, finanças e meios de pagamentos, além de tecnologia para impulsionar o seu framework. Recentemente, a FCamara atuou forte com fusões e aquisições, como a SGA (TI e cloud), Nação Digital (comunicação digital), Play Studio (consultoria de inovação), Omnik (construção de marketplace) e a startup britânica RY Tech (projetos para bancos e financeiras).

“Estamos comprando empresas com competências adjacentes para termos pluralidade sem ser um indivíduo que sabe falar de tudo. Então, efetivamente, essas aquisições focam em empresas especialistas”, explica. “É esse conjunto que traz, de fato, a idealização da plenitude. A SGA com infraestrutura, estratégia de venda com Omink, PlayStudio com ideação e com a performance de venda e a FCamara desenvolvendo tudo isso”, completou.

2024

Considerando as fusões e aquisições, o CEO da FCamara acredita que este ano terá um “crescimento inorgânico mais forte”, se comparado com o crescimento orgânico de receita. Também prevê um ano de poucos projetos novos e mais manutenção dos atuais. Atualmente, a companhia tem 1,3 mil funcionários, mas espera virar 2025 com o dobro, 2,4 mil, isso considerando as movimentações de IPOs e as contratações nos escritórios da Europa (Portugal e Reino Unido), além do Brasil.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!