A tão falada migração do usuário brasileiro de feature phones para smartphones pôde ser verificada no balanço financeiro da América Móvil, controladora da Claro. Sua subsidiária brasileira registrou em 2013 um aumento de 45,2% na receita com venda de handsets, que subiu de R$ 881 milhões para R$ 1,28 bilhão. Em 2012, o crescimento em relação ao ano anterior havia sido de apenas 8,5%.

Houve aumentos significativos em outras operações do grupo na América Latina, com destaque para a região composta por Argentina, Uruguai e Paraguai, onde a receita com handsets cresceu 69,7%, ante um crescimento de 26% no ano anterior. Na Colômbia, a operação da América Móvil registrou uma receita com celulares 43% maior em 2013, enquanto em 2012 o aumento havia sido de 12,6%. No México, essa linha do balanço, que havia registrado alta de apenas 5,6% em 2012, cresceu 21,3% em 2013.

Os números financeiros confirmam o que pesquisas indicaram ao longo do ano. Como os smartphones custam mais caro, seu crescimento em vendas impactou os balanços das operadoras. No Brasil, o mercado foi particularmente afetado pela MP do Bem, que desonerou os smartphones de fabricação nacional com preços de até R$ 1,5 mil. O ano passado foi o primeiro no mundo e no Brasil em que foram vendidos mais smartphones que feature phones.

Amadurecimento da base

O base de assinantes móveis da América Móvil, somando todas as suas operadoras, cresceu apenas 3,2% em 2013, alcançando 270 milhões de linhas em serviço. Esse crescimento vem desacelerando ano a ano. Em 2012, havia sido de 8,2%. No Brasil, a Claro encerrou 2013 com 68,7 milhões de assinantes, o que representa um aumento de 5,3% em 12 meses. A desaceleração é fruto da saturação do mercado de telefonia celular, aliada a uma política mais rigorosa de desconexão de clientes pré-pagos inativos. Paralelamente, a Claro vem conseguindo aumentar a proporção de pós-pagos. Esse segmento registrou crescimento de 9,6% em 2013 na operação brasileira do grupo América Móvil, enquanto o segmento pré-pago cresceu 4,2%.

A receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) da Claro Brasil manteve-se estável em R$ 16 ao longo de 12 meses. Mas o tráfego médio de minutos por mês por usuário subiu 8,7%, passando de 126 para 137.

Média do mercado

As tendências de desaceleração da base total e de crescimento da proporção de pós-pagos verificadas na operação da Claro no Brasil aconteceram no mercado brasileiro como um todo. Segundo os números divulgados pela Anatel, em 2013 a base de linhas móveis em serviço no País cresceu apenas 3,5%, o menor aumento de sua história. Em 2012 havia crescido 8% e nos anos anteriores era sempre acima de dois dígitos. E 2013 foi também o primeiro ano em que a proporção de pré-pagos sobre a base total ficou abaixo de 80%

 

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