O Duolingo (Android, iOS), aplicativo de aprendizado de idiomas, atingiu a marca de 500 milhões de usuários. Desses, 30 milhões são do Brasil, o segundo maior mercado da plataforma, perdendo apenas para os Estados Unidos. “E tem potencial para crescer muito mais”, garante Analigia Martins, diretora de marketing da empresa no Brasil, em conversa com Mobile Time. O brasileiro é o povo que mais estuda inglês, com 61% dos usuários do País fazendo aulas desse idioma.
No ano passado, em plena pandemia do novo coronavírus, o Duolingo teve um aumento de 30% de pessoas que voltaram utilizar o app e um incremento de 23% de novos alunos, na comparação com 2019. “Crescemos também em número de assinaturas plus”, informa Martins. Em 2020 houve também houve um aumento na média de lições realizadas (33%).
Ao todo, a plataforma possui 40 opções de idiomas para aprender e seu ensino vai até o nível intermediário. Há inclusive línguas em extinção ou fictícias, como klingon, do seriado Star Trek. Martins apontou também que a procura pelo estudo de línguas asiáticas está crescendo no mundo. As mais procuradas são: hindi, coreano, turco, japonês e russo. A executiva atribui à cultura o sucesso desses idiomas na plataforma. “Na Índia tem Bollywood e na Netflix há uma sessão só desses filmes. Na Coreia do Sul tem o K-Pop e é importante destacar que O Parasita, filme vencedor do Oscar, é sul-coreano. Há também algumas séries turcas na Netflix, por exemplo. Ligamos o aumento do interesse por essas línguas às produções culturais desses países”, resume.
IA e competição
O Duolingo utiliza dois pontos para atrair, reter e manter seus usuários motivados: a gamificação e a inteligência artificial. A gamificação traz a competitividade – quem acerta a lição ganha vidas e quem erra, perde – com ranking mundial e personalizado, entre amigos. A plataforma também faz o que chamam de “sistemas de ofensivas”, uma forma de estimular o aluno a estudar todos os dias um pouco e não de forma intermitente.
Quanto à inteligência artificial, ela atua em duas frentes: ajuda a ensinar em grande escala e, com o machine learning, a personalizar o estudo de cada usuário. “Bill Gates estuda, Selena Gomez, as Kardashians, mas também estudantes de escolas públicas de países em desenvolvimento. É para todos e a IA ajuda a escalar o volume de aprendizagem e a entender como as pessoas aprendem e o quanto os exercícios estão fáceis ou difíceis”, explica Martins. Segundo a diretora de marketing do Duolingo, o machine learning permite que a plataforma crie uma experiência personalizada. Assim, se o aluno erra muito um tipo de lição, eles sugerem outra atividade para ver se melhora. “Escolho um modelo de aprendizagem para aquele aluno. Se ele não está conseguindo, oferecemos um outro exercício e, se ele aprende melhor, focamos mais nesse tipo de exercício. E o aluno fica mais motivado”, completa.
Modelo de negócios
O Duolingo adotou três maneiras de monetização. A mais rentável para a plataforma é a versão paga do aplicativo. O Duolingo Plus custa R$ 27/mês (em uma assinatura anual) e, nela, o usuário fica livre dos anúncios, tem vidas ilimitadas e, com isso, não precisa parar ou ver um anúncio para ganhar mais tempo no app. A outra forma é a publicidade, que aparece na versão gratuita, entre as lições. A terceira maneira é por meio do teste do nível de inglês. O Duolingo English Test é aceito em mais de 3 mil universidade no mundo e tem a vantagem de ser feito de casa, com um computador e acesso à Internet. “Queremos reduzir ainda o valor da mensalidade do plano plus e vamos trazer novas funcionalidades ao app ainda este ano”, complementa a diretora.