O Brasil possui cerca de 1,66 milhão de pessoas trabalhando como entregador e motorista para aplicativos, sendo 1.274.281 motoristas e 385.742 entregadores. Sua maioria é de homens (97% de entregadores e 95% de motoristas); a média de idade é de 33 anos para entregadores e 39 anos para motoristas. 68% dos entregadores se declaram negos ou pardos, 62% dos motoristas também; e a escolaridade mais alta para a maioria é o ensino médio (60% dos motoristas e 59% dos entregadores). Os dados são da pesquisa realizada pela Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia) e pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
A média mensal da renda líquida estimada pelo estudo para as categorias varia de R$ 2.925 e R$ 4.756 para motoristas e entre R$ 1.980 e R$ 3.039 para entregadores. A estimativa é baseada em uma jornada de 40 horas e a variação se dá de acordo com o tempo de ociosidade – período em que estão online nos apps sem fazer corridas ou entregas – entre outros fatores.
Entregadores
Já com relação aos entregadores, o vínculo empregatício antes de ingressar como entregador existia para 70% desses profissionais e cerca de um quarto (27%) deles já trabalhava com entregas.
No momento da entrevista, esse número diminui, sendo 52% se dedicam exclusivamente às entregas e 48% possuem outros trabalhos.
A maioria dos entregadores não está à procura de outro trabalho (66%) e 78% deles deseja continuar trabalhando com as plataformas.
70% dos entregadores ganham entre um e três salários mínimos com o trabalho feito a partir dos aplicativos.
Os rendimentos líquidos do trabalho com os aplicativos, segundo estimativas feitas com os dados administrativos e survey, podem variar de R$ 807 a R$ 1.325 para 20 horas trabalhadas.
Motoristas
43% dos motoristas estavam desempregados quando iniciaram suas atuações em aplicativos de transporte e, por sua vez, 57% já tinham uma atividade econômica prévia. Desses, 26% abandonaram essa atividade prévia para se dedicar exclusivamente ao trabalho por meio de aplicativos e 31% a mantiveram depois de começar as atividades com os apps.
No entanto, no momento da entrevista, os números mudaram, sendo que o número de profissionais que usam os aplicativos como única fonte de renda aumentou (63%) contra aqueles que dividiam seu tempo com outro trabalho (37%).
A pesquisa identificou que 31% dos motoristas ganham de três a seis salários mínimos com o trabalho com o aplicativo e 9% de 2,5 a três salários mínimos.
Ao estimar 20 horas semanais de trabalho, o rendimento líquido pode variar de R$ 926 a R$ 1.774.
Metodologia
A pesquisa foi realizada pelo Cebrap com 3.025 profissionais, sendo 1.507 entregadores e 1.518 motoristas das plataformas 99, iFood, Uber e Zé Delivery, empresas associadas à Amobitec, com representatividade regional e feita entre agosto e novembro de 2022.
