Coletiva MP

Tulio Oliveira, vice-presidente sênior de Mercado Pago no Brasil (crédito: divulgação)

O Mercado Pago anunciou uma nova funcionalidade, nesta quarta-feira, 12, que transforma smartphones Android em terminais de pagamento por aproximação. O Point Tap, que começa a ser introduzido nas próximas semanas, vai poder ser usado por qualquer pessoa física ou jurídica com conta no banco digital que tenha um celular com NFC. A aposta é que a ferramenta substitua a maquininha de entrada, futuramente, quando houver ampla adoção.

Neste estágio inicial, o celular será utilizado para processar pagamentos de cartões de débito e crédito das bandeiras Visa e Mastercard, sendo que novas opções serão oferecidas mais para frente. O dinheiro cairá na conta de quem recebe na hora do pagamento, assim como já ocorre com as maquininhas do banco. Não será preciso pagar para aderir à ferramenta, haverá apenas uma taxa de transação, que o Mercado Pago ainda não decidiu quanto será.

O Point Tap é voltado principalmente a micro e pequenos empreendedores. “São públicos muito parecidos com o público da nossa maquininha mais barata. Entendemos que é o mais propenso a usar esse produto”, contou Tulio Oliveira, vice-presidente sênior de Mercado Pago no Brasil. Apesar de não ter compartilhado o número de pessoas que usam a alternativa mais barata, ele contou que o banco vendeu mais de 3 milhões de terminais POS no Brasil em 2022, o que dá uma dimensão do potencial da nova ferramenta.

Todo o processo é feito pelo aplicativo do Mercado Pago. O usuário entra na ferramenta dentro dele. É necessário apenas colocar o valor da transação e, em seguida, se será paga no cartão de débito ou crédito. O Mercado Pago pretende incentivar a adoção do produto por meio de ações de estímulo à venda de celulares, no Mercado Livre. “Ainda estamos montando algumas estratégias para poder também fomentar cada vez mais o uso da Point Tap. Tem muita oportunidade para fazer isso, dado que temos o braço de varejo junto a nós”, afirmou.

Um dos diferenciais do Point Tap frente às outras soluções do mercado é que ele permite transações acima de R$ 200. O usuário só precisa colocar uma senha no celular do comerciante, caso a transação exceda esse valor, algo que o Mercado Pago chama de “Pin on Glass”. Cada transação contém uma criptografia dinâmica, que não pode ser reutilizada, a mesma segurança de uma operação com chip EMV, padrão mundial de segurança para pagamentos eletrônicos de débito e crédito.

“Estamos pilotando isso há algum tempo. É uma inovação que deve ser bastante transformadora para o mercado de pagamentos, porque já vemos muita gente fazendo transação com Pix. Ele [o comerciante] tem a maquininha, porque também precisa receber com cartão. Com esse produto, ele não precisa mais de uma maquininha”, explicou. “Acreditamos muito na proposta desse produto como de entrada. Esperamos que as pessoas entendam a proposta de valor. Esse produto deve escalar bastante”, comentou.

Estratégia de negócio

Se o mesmo público que usa a maquininha mais barata do Mercado Pago poderá usar o Point Tap gratuitamente, qual é a vantagem para a companhia? O vice-presidente explicou que, atualmente, o preço do terminal PoS é, em parte, subsidiado pelo banco. Oferecendo o novo serviço para smartphones, a instituição financeira reduz investimento nisso, pelo menos no que diz respeito ao equipamento de entrada. Dessa forma, não precisa subsidiar, mas continua ganhando com as taxas das transações.

“Hoje, olhamos para isso como mais um canal de crescimento”, disse. “Do ponto de vista do cliente, a solução é melhor, porque ele já tem um celular. Vemos muitos benefícios na usabilidade, para ele adotar essa solução. E, como não tem um custo de entrada, a movimentação para essa nova solução deveria ser bastante óbvia. Temos testado isso em campo, para ver como os clientes reagem à solução. Ainda não tem todas as bandeiras, mas ao mesmo tempo que for evoluindo, esperamos, sim, que em algum momento a maquininha menor não seja necessária.”

WhatsApp Pay

O Mercado Pago está entre as poucas empresas que, inicialmente, participam do lançamento da nova funcionalidade do WhatsApp Pay, habilitada na última terça-feira, 11. Com ela, pequenos comerciantes podem receber pagamentos dentro do aplicativo de mensageria. Apesar do potencial de crescimento dessa solução, Oliveira não enxerga o Point Tap como um concorrente dessa nova modalidade – pelo contrário, são complementares.

“Nós queremos facilitar a venda do nosso cliente. Queremos estar presente em todas as formas que ele escolher receber um pagamento, seja numa maquininha, seja no mundo online, com link de pagamento, ou dentro do WhatsApp. Elas são, sim, complementares como estratégia. Queremos estar onde o cliente precisar”, afirmou.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!