A dificuldade de impulsionar a Internet das Coisas em países em desenvolvimento pode ser sanada com políticas públicas. A análise é do vice-presidente de produtos da divisão de IoT da Cisco, Vikas Butaney, durante conversa com jornalistas no evento Cisco Live em San Diego, Estados Unidos.

Na opinião do executivo, o próprio mercado e os modelos de negócio é que deverão impulsionar a IoT no mundo, mas há alguns fatores que ainda seguram a adoção da tecnologia, como as preocupações com segurança. Assim, ele reconhece que políticas públicas, como o Plano Nacional de IoT do governo brasileiro (cujo decreto ainda aguarda sanção na Casa Civil), podem ajudar a fomentar em países em desenvolvimento.

“Na Índia, o primeiro-ministro implantou um projeto de construir 100 smart cities no país, colocando tender offers, RFPs (request for proposals) e financiamentos. Por isso, você tem uma adoção maior, mas porque os projetos e o ecossistema foram chegando em torno disso”, declara Butaney.

Outro exemplo, e no qual a Cisco trabalha, é com projetos nos estados norte-americanos de Ohio, Califórnia e Texas. A empresa implantou sensores nas rodovias, que checam a temperatura na estrada, se está chovendo, ou como está a visibilidade com neblina. Assim, diz Butaney, é possível baixar o limite de velocidade nas sinalizações em tempo real, reduzindo acidentes e fatalidades. “Esse tipo de coisa é algo no qual governos podem investir em adoção”, sugere.

Na visão de Vikas Butaney, frequências dedicadas para IoT ou para indústrias específicas não sã0 exatamente uma solução. “Acho que se o espectro for mais contíguo, seria uma ajuda maior”, analisa, citando também a possibilidade de usar faixas não licenciadas sem ter interferências, como no caso do Wi-Fi 6 em 6 GHz.

Ele acredita que o 5G não necessariamente vai impulsionar a Internet das Coisas, embora tenha aplicações específicas que farão uso das características de latência, garantia de serviço e capacidade. “A explosão dos dispositivos é em outra escala de tempo, só porque o 5G está lá, não acho que o mercado vai automaticamente adotá-la.” O que deve determinar, diz, é uma visão agnóstica em relação à tecnologia, desde que haja um ambiente regulatório e modelo de negócios adequado.

 

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