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Fabrício Habib, gerente de produtos móveis na LG Brasil

A escalada do câmbio do real ante o dólar começa a mostrar os primeiros efeitos na indústria de smartphones com o aumento dos preços de handsets de entrada. Em conversa com Mobile Time durante a live de lançamento dos celulares da série K, a companhia apresentou o LG K41S como um handset de entrada, mas o seu preço está um pouco mais alto que o habitual nesta categoria, que vai até R$ 899: o lançamento da LG tem preço sugerido de R$ 1,2 mil.

O gerente de produtos móveis da LG, Fabrício Habib, explicou que a companhia observou impactos na indústria e no custo de produção, o que elevou os preços.

“Com o dólar saltando de R$ 4,00 para R$ 5,50, esse é o novo patamar de entrada. A entrada dos smartphones vai para R$ 1,2 mil. Quando estávamos no começo de produção desta série K, o dólar chegou a R$ 5,80”, relatou Habib.

O executivo frisou que isto não é necessariamente “uma regra”, mas que o imperativo é o preço de produção, que varia de acordo com o dólar. Explicou que, um ano antes, com o dólar em variações cambiais de R$ 4,50 a R$ 4,70, era possível manter o preço de entrada dos produtos em R$ 899.

“É isso não acontece só conosco. Nós vimos concorrentes (Samsung) lançando seus smartphones de entrada a R$ 1,7 mil”, completou.

Vale lembrar, a IDC alertou no começo de 2020 sobre os aumentos de preços dos smartphones antes do começo da crise pandêmica.

Covid-19

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LG pretende focar seus esforços no portfólio K durante um bom tempo

Durante a conversa, Habib revelou que a LG manteve um crescimento de vendas durante o período do isolamento social em decorrência do novo coronavírus no Brasil. Nos primeiros quinze dias de crise, a companhia viu uma redução nas vendas de smartphones; mas observou um aumento em notebooks e produtos para casa. Em um segundo momento, depois da primeira quinzena de isolamento social, a LG voltou a vender pelo fato de que muitas pessoas precisaram trocar de smartphones para modelos novos que pudessem rodar o app do auxílio emergencial da Caixa.

Agora, a companhia visualiza o terceiro estágio da crise pandêmica com a normalização dos negócios no País, como falou Habib: “Na fase três, que vem pela frente, nós acreditamos que o mercado voltará para a realidade. Neste cenário, nós vamos ofertar produtos melhores e com preços mais agressivos, como os novos handsets da série K”.

No relacionamento com os canais de venda, o gerente da LG crê que o caminho será com varejistas indo para a multicanalidade (comércio online e offline). Citou dados de IDC e GFK que mostravam que o comércio online respondia por 20% antes da crise. Com a quarentena, as vendas no e-commerce chegaram a um pico de 65%. “Nós vemos que isso afetará o mercado. Essa fronteira entre online e offline não vai existir mais. O varejista terá tudo junto (multicanal)”.

Estratégia

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Market share e valor de venda da LG, mês a mês

Com um momento de vendas favorável, a fabricante sul-coreana busca crescer no mercado brasileiro com o portfólio de smartphones da série K. Para isso, a empresa aumentou principalmente a quantidade de câmeras, saltando de três para quatro lentes na traseira.

Durante a live de lançamento dos handsets LG K de 2020 na última quarta-feira, 10, Habib enfatizou várias vezes que os handsets da família K “são produtos de massa” e que o objetivo da companhia é levá-los aos consumidores brasileiros. O gerente explicou que o foco é em jovens da classe A, B e C, dos 18 aos 34 anos de idade, e esse seria um dos motivos para colocar quatro câmeras em um smartphone de entrada.

“Na hora que a gente olha o comportamento do consumidor, nós queremos entregar o melhor que conseguimos. Se conseguimos entregar com quatro câmeras dentro do preço de produção, vamos entregar. Não faz sentido entregar três. A gente considera que entregamos um kit completo para um fotógrafo”.

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Com portfólio LG K, a companhia busca massificar a oferta de seus smartphones

A empresa aposta no momento de crescimento de vendas, uma vez que fechou o primeiro trimestre de 2020 com 12,3% do market share de vendas no Brasil e 8,3% em receita, segundo a Gfk. Em setembro de 2019, a fatia de mercado da companhia era de 8% e em receita, 5,3%.

“Continuamos crescendo de maneira sistemática no mercado brasileiro. Voltamos a ganhar mercado em volume e valor, desde setembro de 2019, de maneira consistente. Isso é fruto de resultado de uma estratégia e portfólio acertada. A família K é o principal fator deste cenário”, disse. “Se olharmos para três anos atrás, nós tínhamos K, Q e a linha G. O que nós estamos fazendo desde 2018, é empoderar a família K. Há algum tempo, tiramos a família do Q do portfólio para dar foco no K. É possível que venha mais algum outro produto LG K para completar o portfólio (em 2020)”.

Desde 2016 no rol de produtos da fabricante, a LG lançou 23 produtos com a marca K. Historicamente, foram vendidos 491 smartphones por hora, 11,8 unidades por dia, um total de 18,7 milhões de peças em quatro anos. E, na comparação entre as gerações do LG K de 2019 e de 2018, o handset K40S (2019) teve 143% mais vendas do que o K12+ e o K50 (2019) e 40% mais que o K12.

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Histórico de vendas da família LG K no Brasil

 

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