As empresas Americanet e Vero Internet anunciaram sua fusão por meio de troca de ações. A nova companhia, que ainda não tem uma marca definida, tem um faturamento combinado de R$ 1,7 bilhão e Ebitda de R$ 700 milhões. Esta atuação abrange 450 cidades espalhadas por todo o Brasil, com presença nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Do ponto de vista de cobertura de rede, as duas empresas se complementam, e esse fator é considerado o mais importante da fusão, gerando um potencial de expansão e sinergia de negócios.
A Americanet tem 448 mil clientes em São Paulo, onde a Vero não tem força. A operadora também tem cerca de 107 mil clientes em Goiás, onde a Vero conquistou uma posição recentemente, com cerca de 30 mil usuários. No Mato Grosso do Sul, a Americanet tem 43 mil clientes, e ali a Vero também não atua. Já a Vero é forte em Minas Gerais, com quase 400 mil clientes, onde a Americanet tem apenas 9 mil. Além disso, a Vero tem destaque nos estados do Sul, com 370 mil clientes, aproximadamente, onde a Americanet, por outro lado, não atua.
Ao final, a fusão cria uma empresa com atuação forte em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e na região Sul do País, além de uma base crescente no Distrito Federal e assinantes dispersos em operações menores em outros estados. A Americanet tem presença em mais de 250 cidades, enquanto a Vero opera em pouco mais de 200.
Lincoln Oliveira, CEO e fundador da Americanet, afirmou nesta quarta-feira, 12, que as duas provedoras regionais de fibra óptica já estavam em conversas nos últimos meses. Ele será presidente do Conselho de Administração da nova companhia, enquanto o CEO da Vero, Fabiano Ferreira, que já atuou em empresas como GVT e Telefônica, comandará a companhia combinada com atuação estratégica na integração dos negócios e no planejamento estratégico.
Em relação aos assinantes, a fusão corresponde a cerca de 1,9 milhão de UGRs (Unidades Geradoras de Receita, ou seja, soma de produtos de voz fixa, telefonia móvel, TV por assinatura e banda larga). Esse número inclui os 1,4 milhão de clientes combinados na banda larga, além de acessos da Americanet em telefonia móvel, com cerca de 170 mil assinantes no modelo de MVNO. O restante são UGRs em TV por assinatura e telefonia fixa.
O presidente da Americanet deu como exemplos positivos as cidades de Poá e Itaquaquecetuba, no interior de São Paulo, onde sua operadora tem bastante cliente de fibra ótica e 42% deles têm chip de sua MVNO. Para ele, isso significa que o tíquete médio naquela cidade é de R$ 162, considerado um grande sucesso. “Sobre a questão de credenciar novas MVNOs, a gente continua com o mesmo trabalho de trazer os ISPs, de levar o serviço para eles, porque também tem a divisão do B2B. Então, para nós, não é um problema, faz parte do negócio e a gente tem trabalhado para criar essas sinergias em breve, assim que o Cade e a Anatel derem autorização, a gente vai, de fato, estudar com mais detalhes.”
Os fundos de investimento Vinci Partners, acionista da Vero, e a Warburg Pincus e Invest Tech, acionistas da Americanet, compartilharão o controle da nova empresa, com governança clara para garantir uma integração tranquila e eficiente. Nesta nova configuração, os atuais acionistas da Vero ficarão com 56% do negócio e os da Americanet, com 44%.
Além disso, Oliveira pontua que poucos cargos entre uma empresa e outra se atravessam, resultando em poucas demissões. Para o processo de integração, uma consultoria já foi contratada e deve ter o nome divulgado em breve, para que o efeito das demissões cause impacto pequeno e seja feito um planejamento sobre a empresa combinada.