A Ericsson registrou um prejuízo de 11 bilhões de coroas suecas no segundo trimestre de 2024 (US$ 1 bilhão, na corretagem em 30 de junho), ante um prejuízo de 600 milhões de coroas suecas (US$ 56 milhões) um ano antes. O resultado acontece por custos de reestruturação da ordem de 1,8 bilhão de coroas suecas (US$ 170 milhões) e os 11,4 bilhões de coroas suecas (US$ 1 bilhão) do prejuízo com a Vonage.

Se excluísse esses impactos, o lucro líquido da fornecedora seria de 1,7 bilhão de coroas suecas (US$ 160 milhões).

Também colaborou para o resultado uma queda de 7% na receita de vendas, de 64,5 bilhões de coroas suecas (US$ 6 bilhões) para 60 bilhões de coroas suecas (US$ 5,5 bilhões). Aqui pesaram os seguintes pontos:

  • O baixo apetite das operadoras para equipamentos de rede em quase todas as regiões que terminou o segundo trimestre de 2024 com queda de 11%, de 42,5 bilhões de coroas suecas (US$ 4 bilhões) para 38 bilhões de coroas suecas (US$ 3,5 bilhões);
  • A estabilidade nas vendas na divisão de software e serviços com 15 bilhões de coroas suecas (US$ 1,4 bilhão), na comparação com o segundo trimestre de 2023;
  • E o segmento empresarial que registrou um leve crescimento de 2%, de 6,4 bilhões (US$ 600 milhões) para 6,5 bilhões de coroas suecas (US$ 615 milhões), em um movimento puxado pela redução de atividade em alguns países e uma margem menor devido à perda de contrato na plataforma de comunicação global (as APIs de rede da Vonage).

Pontos positivos

O relatório da Ericsson tem pontos positivos em cada segmento. Se a maioria dos mercados tiveram menos apetite, as vendas na América do Norte cresceram 20% no segundo trimestre de 2024. Vale destacar também o crescimento das vendas de software e serviços no Sudeste Asiático, Oceania e Índia, além de um novo acordo de licenciamento. E, no segmento empresarial, o aumento da demanda por redes privativas permitiu que as vendas crescessem mesmo com o momento ruim da Vonage.

Futuro

Em carta aos acionistas, o presidente e CEO da Ericsson, Börje Ekholm, afirmou que espera por condições “desafiadoras” de mercado em 2024, uma vez que os investimentos da Índia em redes de telecomunicações devem diminuir, mas as vendas do segmento devem se beneficiar de entregas para o mercado da América do Norte na segunda metade do ano.

Ekholm também tratou de defender o investimento de US$ 6,2 bilhões na Vonage, ao dizer que a companhia adquirida é vital para a construção da plataforma global de APIs de rede: “Este é um momento crítico para a digitalização das empresas e da sociedade, algo que guiará o crescimento futuro da indústria de telecomunicações”, escreveu o executivo.

Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time