A plataforma sueca de streaming de livros e podcasts Storytel (Android, iOS) começou a operar no Brasil nesta quinta-feira, 12. A companhia chega ao País com a proposta de oferecer em áudio conteúdos exclusivos e premium, como forma de se diferenciar de rivais em um mercado tão pulverizado.
“Considerando que estamos no mercado de tempo livre, nós concorremos com todo mundo. Por exemplo, em audiolivros, nós temos muitos concorrentes, como Ubook, Tocalivros, Kobo e Google”, disse André Palme, gerente geral da Storytel no Brasil. “Nosso posicionamento é se colocar como um terceiro pilar, entre música e vídeo. O áudio tem um encaixe na rotina muito grande das pessoas”.
Atualmente em 19 países, o Storytel está há 14 anos no mercado, possui mais de 1 milhão de assinantes e 300 mil títulos globais. Apenas em 2018, a companhia produziu 5 mil conteúdos em 17 línguas diferentes. Palme explicou que o gosto do público nacional pelo streaming e pelos podcasts colaborou para a chegada da companhia por aqui.
“Quando a gente fala no Brasil, nós precisamos fazer alguns recortes: não existe essa de público de 200 milhões. Mas vimos avanços, como a penetração de streaming e de smartphone”, disse o executivo. “Durante o primeiro ano de montagem de operação (a equipe começou a atuar em 2018, antes do lançamento) nós percebemos que esses não eram os únicos motivos. O crescimento dos podcasts também nos fez entender que era um momento interessante para entrar no Brasil”.
Plataforma
No Brasil, a Storytel chega custando R$ 27,90 por mês via Google Play ou App Store. Os conteúdos no site são obtidos em duas formas: distribuição (no mercado) e licenciamento (exclusivos e especiais). Questionado sobre o custo, o gerente geral da companhia explicou que o valor não está muito longe do que outros players cobram. Defendeu ainda que o conteúdo é premium, não tem publicidade, passa por duas curadorias (aquisição e de publicação) e que usam profissionais na confecção dos áudios, como narradores, dubladores e atores de teatro. Inclusive, a companhia trouxe estúdios próprios da Espanha para gravação, além de usar estúdios de parceiros do Rio de Janeiro e São Paulo.
Outro diferencial é que o consumidor consegue ouvir audiolivros e podcasts de fora do País: “Hoje a gente tem o catálogo em português, mas também tem em inglês. O usuário consegue ouvir tudo que um dono do direito (da obra) permite no território brasileiro. Inclusive do exterior”.
Público
Em conversa com Mobile Time nesta quinta-feira, 12, Palme relacionou o gosto do brasileiro àquele de outro latino-americano, o mexicano. Em sua visão, há várias semelhanças entre os dois mercados: baixo consumo de livros; história ligada ao consumo de rádio (oral-auditivo); e o fenômeno do podcast, que começa a crescer no México, só que mais tímido ante os podcasters do Brasil.
“Nosso público (no Brasil e México) é muito mais os ‘não leitores’. São aqueles que não consomem livros, mas que consomem streaming”, completou o executivo.
Questionado se há planos de expansão para outros países da região, o gerente geral da Storytel disse que não. A companhia atua no México e Colômbia, porém, é a operação comercial mexicana que gerencia o streaming no território colombiano.
Destaques
Para o começo do serviço, Palme destaca que possui exclusividade em livros da Agatha Christie, começando com o ‘Assassinato no Expresso do Oriente’, narrado por Mauro Ramos (dublador de ‘Shrek’ e Pumba no ‘Rei Leão’). Também traz uma edição do ‘Pequeno Príncipe’, de Antoine Saint-Exupéry, narrado por Marcelo Tas, e os podcasts exclusivos com o escritor e influenciador digital Fred Elbani e com Monja Cohen.
“Aqui no Brasil estamos trabalhando com um mix de distribuição. Temos o Audio First, um formato que negociamos com as editoras livros que estão para sair, mas que sairiam primeiro no áudio e depois em livro físico; temos também podcasts exclusivos; e o Storytel Originals (conteúdos seriais e exclusivos), que chega em novembro”.