Em outubro, o Brasil bateu seu recorde histórico de emissão de certificados digitais em um único mês: 510 mil. Para efeito de comparação, em outubro de 2018 foram 391 mil. Ao longo dos dez primeiros meses deste ano já foram emitidos 4,6 milhões de certificados digitais, o que faz de 2019 o melhor ano da história. Mesmo ainda faltando dois meses para terminar, 2019 já superou 2018, que detinha o recorde até então, com 4,4 milhões. Hoje há 8,65 milhões de certificados digitais ativos no País e 1.440 autoridades de registro. Os dados são do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), que desempenha o papel de autoridade certificadora raiz (AC-Raiz) dentro da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

O diretor-presidente do ITI, Marcelo Buz, atribui o bom desempenho deste ano a três fatores: queda no preço do certificado digital; esforço de comunicação por parte do ITI para promover e explicar a importância do certificado digital; e aquecimento da economia nacional, com a abertura de empresas.

“A ICP-Brasil é a maior infraestrutura de chaves públicas do mundo, tanto em quantidade de certificados ativos, quanto em quantidade de emitidos e também em número de autoridades de registro”, afirma Buz, em entrevista para Mobile Time.

Hoje os certificados digitais no Brasil são usados principalmente para acesso à Receita Federal, para assinatura de documentos fiscais e para acesso ao Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB). Buz, entretanto, enxerga potencial para crescimento com diversas outras aplicações, principalmente no setor financeiro e para atender a exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor em agosto de 2020.

Para fomentar um crescimento ainda maior na adoção de certificados digitais, o diretor-presidente do ITI espera que os preços continuem caindo. Ele acredita que dentro de três anos dá para chegar a um preço de R$ 50 pela emissão de um certificado digital.

Digitalização

A digitalização do governo brasileiro e da economia nacional como um todo também tende a contribuir para o aumento na emissão de certificados digitais. Mas Buz alerta: “O processo de digitalização é irreversível e o país que não se digitalizar e se modernizar vai ficar para trás. Toda a sociedade brasileira precisa estar aberta e pronta para esse processo. Mas digitalizar não é apenas levar a burocracia para o mundo digital: é preciso redesenhar os fluxos e prestar atenção na segurança, para evitar ataques. Falhas na digitalização podem botar em risco a soberania nacional. Temos que pensar em como endereçar a digitalização com segurança para hoje e para o futuro. As decisões que pensamos hoje devem servir para daqui a 30 ou 40 anos. Não é uma bandeira de governo, mas de Estado.”

Mobi-ID

Ruy Ramos, assessor especial da presidência do ITI, participará do painel de abertura do Mobi-ID, seminário sobre o mercado de identificação e autenticação digitais, no dia 25 de novembro, no WTC, em São Paulo. O painel tratará dos diferentes caminhos para a autenticação a serviços digitais, desde senhas e tokens até biometria digital. Participarão do mesmo painel: Alessandro Rabelo, diretor executivo da Visa; Diogo Carneiro, CTO do PicPay; Marco Zanini, CEO da Dinamo Networks; Thales Freitas, diretor de transformação digital da Sky; e Vanessa D’Angelo, head de marketing para América Latina da LogMeIn. A agenda atualizada e mais informações estão disponíveis em www.mobi-id.com,br, ou pelo telefone 11-3138-3619, ou pelo email [email protected].

 

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