A Meta entrou com ação judicial contra a Voyager Labs na corte federal americana, na última quinta-feira, 12. A big tech alega que a startup criou contas falsas no Facebook como parte de um esquema para coletar informações de usuários reais, utilizando esses dados para objetivos comerciais, de forma a violar os termos de serviço do Facebook sobre contas falsas e scraping automatizado e não-autorizado.
A Voyager é especializada em softwares e serviços que ajudam agentes públicos e companhias a obter informações sobre suspeitos, entre outras atuações. Um dos jeitos de fazer isso é por meio da prática de scraping (raspagem, em inglês), que consiste no processo automatizado de escanear uma página da web para coletar informações, por meio de software.
A Meta afirma que a startup desenvolveu um software proprietário para campanhas de scraping no Facebook, Instagram, além de Twitter, LinkedIn, YouTube e Telegram. De acordo com a ação, a startup criou 38 mil contas falsas no Facebook para fazer isso de forma imprópria. Com isso, coletou informações públicas de outros 600 mil usuários entre julho e setembro de 2022, incluindo posts, curtidas, fotos e listas de amigos. A Voyager usou um sistema de computadores e redes em diferentes países para mascarar sua atividade.
Em novembro de 2022, a Meta enviou um aviso legal à companhia pedindo para que parasse de violar os termos de serviço. 60 mil contas e páginas ligadas à Voyager, tanto no Facebook quanto Instagram, foram desativadas, segundo a ação judicial. Dessa vez, a Meta busca indenização e medida cautelar para impedir que startup use suas plataformas e serviços. A big tech também demanda que o tribunal force a Voyager a desistir de seus “lucros ilícitos em um valor a ser comprovado no julgamento”,
“Estamos buscando uma liminar permanente contra a Voyager para proteger as pessoas contra serviços contratados de scraping. Empresas como a Voyager fazem parte de uma indústria que fornece serviços de scraping para qualquer pessoa, independentemente dos usuários que visam e para qual finalidade”, afirmou a Meta em comunicado. “Esta indústria coleta secretamente informações que as pessoas compartilham com sua comunidade, família e amigos, sem supervisão ou responsabilidade, e de uma forma que pode comprometer os direitos civis das pessoas.”