A América Móvil afirma que os investimentos para 5G não deverão ser muito diferentes daquele que já está sendo feito pela companhia. Segundo o CEO do grupo mexicano, Daniel Hajj, a estratégia da companhia em suas operações com foco em 4G e 4,5G (nome comercial do LTE-Advanced Pro) já seria preparatória para a próxima geração. “Muita coisa do que estamos fazendo e investindo hoje é pré-5G, com fibra até o nó, mais fibra em backbones, tecnologia de fotônica e mais torres. Tudo isso já estamos investindo desde 2017, então não vemos um Capex disruptivo em 2020 com a introdução da 5G, acho que vai ser mais ou menos o mesmo de agora”, declarou ele durante teleconferência de resultados financeiros da empresa nesta quarta, 13.

“O que temos feito na estratégia é ter a melhor rede em todos os países, com 4,5G e indo para a 5G no futuro, com maior penetração de smartphones. Tudo isso tem sido bem sucedido para nós porque muitos assinantes estão vindo, a portabilidade tem sido boa, além da migração para o pós-pago”, declarou. A previsão do executivo é que em 2019 esse desempenho seja repetido.

Hajj destacou também que a Claro Brasil dobrou a cobertura 4G no ano passado como resposta à demanda por dados no mercado. Ressaltou que a operadora móvel adicionou mais de 1 milhão de acessos pós-pagos no último trimestre de 2018, e que a rede, apesar de ter alcance menor do que algumas concorrentes, conta com capacidade e velocidade em 4,5G.

Desempenho e estratégia

Segundo o presidente da América Móvil, passado o período de promoções acompanhando as festas de final de ano, há uma tendência natural de o desempenho do último trimestre nos serviços móveis se arrefecer no começo de 2019. “No México e no Brasil, o crescimento móvel é bom, comparado a competidores”, declara.

Ele também menciona que a margem EBTIDA brasileira tem crescido em média 1,5 ponto percentual por ano. “Achamos que poderemos crescer esse mesmo tanto em 2019.” Ainda chamou atenção para o crescimento do ARPU para R$ 17,5 ao final do último trimestre.

Não está no horizonte da AMX uma estratégia de fusão na América Latina, apesar de a companhia ter acabado de adquirir operações da Telefónica na América Central, em El Salvador e na Guatemala. Nesses dois casos, Hajj explica que a consolidação trouxe a possibilidade de sinergias rápidas, como a expansão da cobertura com torres, plataformas, infraestrutura e, especialmente, espectro na região.

Por outro lado, o executivo se recusou a comentar qualquer possibilidade de interferência no mercado brasileiro da fusão da Disney com a Fox. “Contamos com conteúdo deles, é só isso que tenho a dizer”, encerrou.

 

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