Todo ano é a mesma rotina, repetida já por três anos no mês de fevereiro. Saio do calor do sul do Brasil para uma semana de trabalho (aliado ao prazer, é claro) no Mobile World Congress (MWC), o maior evento mundial do setor de mobilidade, em Barcelona. Neste ano foram mais de 60 mil pessoas que circularam nos mais de 165.000 m2 distribuídos em oito grandes espaços. Trata-se de um dos maiores eventos da cidade, responsável por grande parte da ocupação hoteleira no período.

Para quem trabalha no segmento mobile, como eu, lá é o lugar onde boa parte do mercado se encontra para trocar experiências e saber das novidades. E é isso que eu gostaria de contar neste artigo, a experiência de visitar o congresso.

O MWC ocorre na Fira, um dos maiores espaços de eventos de Barcelona, que fica no parque Montjuic. Nesse mesmo lugar, ficaram boa parte das instalações das Olimpíadas de 1992. É uma área imensa e linda, com um museu, ao fundo, e um jogo de luzes que impressiona. A organização é perfeita, e, quando você entra pela primeira vez, não sabe por onde começar. Na verdade são, pelo menos, dois dias para visitar tudo com detalhes. Existem quatro grandes pavilhões de exposição, mais uma área aberta onde ficam algumas empresas. São dezenas de auditórios que recebem palestras, painéis e conferências sobre temas relevantes para o mercado e outras dezenas de lanchonetes que alimentam 60 mil pessoas durante todo o dia.

O evento é promovido pela GSMA, uma associação mundial que engloba todas as operadoras GSM e alguns fornecedores. Portanto, os temas tratados, na sua maioria, são vinculados ao negócio das operadoras, assim como os expositores, que estão lá, na sua maioria, para ofertarem seus serviços para essas empresas. Os produtos expostos são diversos: softwares, celulares, antenas, servidores, plataformas, hardwares, enfim, tudo que está inserido no grande mercado de telecom e mobile. Participam companhias do mundo todo. Muitos países compram grandes espaços e os distribuem entre pequenas empresas que, de outra forma, não teriam oportunidades de exporem. Inclusive, acharia muito interessante termos um espaço do Brasil no próximo evento. Afinal, temos um dos maiores mercados de telecom do mundo.

Dos quatro pavilhões, um é destinado para os aplicativos, chamado APP Planet ‒ um tipo de negócio que não existia no primeiro MWC e que hoje é um dos mais concorridos. São dezenas, talvez centenas, de empresas que querem mostrar um aplicativo inovador e que se misturam a algumas marcas já consagradas no mercado. Um dos pavilhões mais concorridos é o numero 8. Não estranhe o número; apesar de serem quatro pavilhões de exposição, são oito espaços, como eu falei. É lá que são apresentadas as novidades de handsets e hardwares para o consumidor. São TVs, smartphones, tablets e diversos outros eletrônicos, cujos fabricantes fazem o lançamento durante a feira.

Todo ano alguns temas são abordados e fazem parte das discussões e conversas paralelas entre os participantes. Já ouvi falar muito de 4G, LTE, mHealth, mLearning e outros. Neste ano, mPayment, M2M (Machine to Machine) e RCS (Rich Comunication Suite) foram os temas mais abordados. Este último trata de como as operadoras irão reverter a rentabilização de suas plataformas que perderam para aplicações OTT (Over The Top), como Whatsapp, Facebook, Linkedin e outras.

Enfim, na semana em que Barcelona se transforma na capital mobile do mundo, milhares de pessoas que representam todos os tipos de produtos e serviços envolvidos no mercado trocam experiências, tentam vender e discutem grandes temas estratégicos do setor. Para quem atua nele, é indispensável a participação em, pelo menos, uma edição.

 

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