A morte dos feature phones no Brasil está mais próxima por causa da alta do dólar. Esses telefones celulares básicos, por incrível que pareça, são importados, porque é mais barato fabricá-los na China e pagar pelo seu transporte para cá do que produzi-los localmente. Porém, com o cotação da moeda americana acima de R$ 3 o negócio fica quase inviável. Sua diferença de preço para o smartphone mais barato do mercado, que já era pequena, ficou menor ainda. A projeção da IDC é de que em 2015 sejam vendidos apenas 5 milhões de feature phones no Brasil, contra cerca de 63 milhões de smartphones.

Para se ter uma ideia, em 2013 foram comercializados 30,4 milhões de feature phones no País. No ano passado, o volume caiu para 15,7 milhões. Se passar para 5 milhões em 2015, conforme previsto pela IDC, será uma queda vertiginosa de mais de 80% em apenas dois anos.

Não é apenas a alta do dólar que afeta as vendas de feature phones no Brasil. Há diversos outros fatores que pesam, como a preferência do consumidor pelos smartphones; a queda de preço dos smartphones por conta do ganho de escala e da desoneração fiscal; e a chegada do smartphone ao grande varejo, com sua facilidade de pagamento parcelado. Além disso, os três principais expoentes do mercado de feature phones no Brasil pretendem reduzir a produção este ano e tirar modelos de linha: Alcatel One Touch, LG e Nokia.

Apesar de tudo disso, o analista de pesquisas da IDC Leonardo Munin, ressalta que o feature phone não vai desaparecer completamente. "Ainda tem muita gente que precisa só de voz", comenta.

 

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