No ano em que enfrentou uma tortuosa recuperação judicial, a Oi encerrou 2017 com redução de receitas, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) e na margem. Porém, a companhia destaca que as iniciativas da RJ e da busca da melhor eficiência operacional com a transformação digital já trouxeram impacto.
A Oi registrou no quarto trimestre de 2017 uma receita líquida de serviços de R$ 5,722 bilhões, uma queda de 5,4% no comparativo anual. No acumulado do ano, a companhia totalizou R$ 23,328 bilhões, recuo de 6,5%.
Dentro desse universo, a receita líquida residencial foi de R$ 2,269 bilhões nos últimos três meses, queda de 2%. Nos 12 meses, foi de R$ 9,171 bilhões, recuo de 2,2%. Já o de mobilidade pessoal foi de R$ 1,887 bilhões e R$ 7,645 bilhões no trimestre e no ano, respectivamente, com quedas de 2,9% e 2,6%. O segmento B2B foi novamente o que apresentou maior queda: 12,9% no trimestre, total de R$ 1,559 bilhão entre outubro e dezembro; e de 14,7% nos 12 meses, total de R$ 6,486 bilhões.
O EBITDA de rotina sofreu queda de 22,4% no trimestre e de 2,4% no ano, totalizando R$ 1,300 bilhão e R$ 6,190 bilhões, respectivamente. A margem EBTIDA de rotina caiu 4,9 pontos percentuais no trimestre e encerrou o período em 22,5%. No acumulado do ano, houve aumento de 1,1 p.p., ficando em 26,3%.
O fluxo de caixa operacional (EBTIDA de rotina menos Capex) foi negativo de R$ 535 milhões no trimestre, redução em 268,3%. No ano, foi positivo de R$ 560 milhões, uma queda de 64,6%.
A posição final de caixa da Oi em 2017 foi de R$ 7 bilhões, o que a companhia afirma estar em linha com as diretrizes do Plano de RJ. Para o final de 2018, o plano prevê caixa de R$ 6,188 bilhões.
O prejuízo líquido consolidado no trimestre foi de R$ 3,916 bilhões, contra R$ 4,808 bilhões em igual período do ano anterior. No acumulado do ano, foi de R$ 6,656 bilhões, contra R$ 8,206 bilhões em 2016.
Custos e investimentos
O Opex de rotina da companhia aumentou 1,1% no trimestre, ficando em R$ 4,482 bilhões. No acumulado de 2017, caiu 7,7%, totalizando R$ 17,367 bilhões. A companhia destaca que houve redução de custos em R$ 1,5 bilhão por conta da maior eficiência operacional no ano.
Já o Capex aumentou 35,1% no trimestre, total de R$ 1,835 bilhão; e 18,3%, fechando o ano com R$ 5,629 bilhões, com recursos centrados principalmente no core de rede e infraestrutura de acesso. O plano de Capex incremental financiado pelo aumento de capital prevê investimentos de R$ 7 bilhões por ano nos próximos anos.
A companhia espera a realização do aumento de capital no segundo semestre de 2018, embora o plano preveja que isso possa acontecer até 2019. Com isso, e após também o reconhecimento da RJ em outras jurisdições e execução da conversão de dívidas em ações no segundo trimestre, acredita que o ciclo de crescimento sustentável da empresa poderá enfim ter início. Esse movimento está fundamentado no controle de custos, rentabilidade da base e da infraestrutura e transformação digital. Da mesma forma, sustentam o EBITDA a receita incremental e o Capex incremental, com foco em FTTx na fixa e expansão do 1.800 MHz em 4G por meio de refarming e compartilhamento de rede.
A transformação digital foi um dos grandes pilares da Oi em 2017. Para 2018, a companhia pretende expandir soluções de dados avançados com foco em inovação, continuando iniciativas do ano passado, com soluções de analytics avançada e big data, bem como “novos modelos de negócio”.
Operacional
A Oi encerrou o ano com 59,695 milhões de unidades geradoras de receita (UGRs) em sua base, uma queda de 6,1%. No residencial, eram 15,885 milhões (queda de 3,3%), divididos em 9,233 milhões de telefonia fixa (redução de 7,2%), 5,156 milhões de banda larga fixa (redução de 0,6%) e de 1,496 milhão de UGRs de TV paga (avanço de 16%). A ARPU residencial aumentou 5,3% e ficou em R$ 81,3.
Já em mobilidade pessoal, a Oi fechou 2017 com 36,648 milhões de acessos, queda de 8,1%. Desse total, 29,917 milhões eram pré-pagos (redução de 9,3%) e 6,731 milhões de pós-pagos (recuo de 2,1%).
No B2B, a companhia caiu 1,6% e encerrou o ano com 6,512 milhões de UGRs. Desse total, 3,641 milhões eram de telefonia fixa (queda de 3,2%); 543 mil de banda larga (recuo de 3,2%); 2,316 milhões de acessos móveis (aumento de 1,1%); e 12 mil em TV paga (queda de 9,6%).
A empresa ainda fechou o ano com redução de 0,4% nos telefones públicos, totalizando 640 mil.