A Oi detalhou nesta sexta-feira, 13, durante teleconferência de resultados do quatro trimestre e do ano de 2017, como ficará a companhia após a diluição esperada de 72,2% e o aumento de capital de R$ 4 bilhões. A empresa reafirmou que prevê uma redução da dívida em mais de R$ 35 bilhões, valor “justo”, segundo o diretor financeiro Carlos Brandão. Considerando a posição de caixa previsto para R$ 6,188 bilhões neste ano, ele estima que a dívida líquida ao final do processo passe dos R$ 44,6 bilhões atuais para R$ 7 bilhões.

Para a diluição, com 2,424 bilhões de ações pós-conversão de dívida em capital que terão o preço de R$ 1,24 por unidade (considerando o valor de mercado de R$ 3 bilhões), a empresa espera emitir mais 3,232 bilhões de ações com o aumento de capital. Assim, a Oi finalizaria o processo com 5,656 bilhões de ações no mercado.

Para o aumento de capital, o esperado é que isso aconteça ainda neste ano, após o reconhecimento da RJ nas jurisdições holandesa, americana, portuguesa e inglesa, e da execução da conversão da dívida em ações, cuja previsão é ainda neste primeiro semestre.

Brandão ressalta que os ajustes contábeis em 2017 implicaram em um patrimônio líquido “temporariamente negativo, mas com a reestruturação da dívida, tal patrimônio voltará a ser positivo”. Ele garante que os efeitos são “meramente contábeis”, sem impacto no caixa ou no EBTIDA de rotina.

Receita e EBITDA

Segundo o diretor financeiro da Oi, o quarto trimestre deste ano trouxe impactos sazonais na receita referentes a dois reajustes na fatura do pós-pago: um de 15%, referente ao repasse da cobrança do ICMS, e um reajuste anual. “Esses reajustes fazem pressão no churn”, informa Brandão.

Também trouxe impacto à receita o desempenho da divisão de B2B. O executivo explica que o setor foi altamente impactado pelo cenário macroeconômico, especialmente com clientes de governo, mas também por conta da própria recuperação judicial. “Quanto maior a incerteza, maior a dificuldade de negociação com novos clientes”, declara. “Com a aprovação (do plano de RJ), esperamos trabalhar com mais tranquilidade em 2018 para um turnaround.”

Carlos Brandão reforça que os impactos eram esperados quando o plano foi arquivado, incluindo efeitos de provisão para remuneração variável do pacote de compensação da força de trabalho da empresa. Ele ressalta que, mesmo assim, o EBITDA foi um pouco acima do esperado no laudo financeiro do plano da RJ (R$ 6,190 bilhões, contra R$ 6,048 bilhões previstos). “Tanto no ambiente econômico quanto no financeiro, estamos perfeitamente em linha com o esperado”, garantiu. Como em 2017 houve efeitos sazonais, a expectativa agora é mais positiva. “Deve ser melhor. A gente continua fortemente nas iniciativas de redução de custo, e temos expectativa de crescimento de EBTIDA fruto dos investimentos.” O laudo da RJ prevê um EBTIDA de R$ 6,102 bilhões.

Investimentos

Grande foco da teleconferência de resultados foi no Capex do ano passado (R$ 5,6 bilhões) e no que a empresa pretende fazer em 2018. A Oi planeja investimentos para expansão do FTTH e do 4G via refarming da faixa de 1.800 MHz. “O investimento incremental será fundamentalmente para acesso, ampliação de cobertura móvel e banda larga de alta velocidade”, declarou Carlos Brandão. Além disso, a implantação da fibra em substituição ao cobre deverá trazer colateralmente menor custo de manutenção.

A empresa mapeou 3.449 cidades para o serviço móvel e encontrou 9.156 “clusters” para o serviço fixo. Nesse universo, estabeleceu regiões onde deverá priorizar os esforços para investimentos. A métrica para isso foi a seleção de regiões com maior relação entre valor presente líquido (VPL) e valor presente investido (VPI), obtendo melhor retorno.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!