O CEO Global da Nice, Roberto Griffa, confirmou que a empresa mantém o apetite para investir em aquisições. Em conversa com Mobile Time na última segunda-feira, 12, o executivo afirmou que a companhia de Internet das Coisas tem focado em três formas de crescimento: consolidação da indústria e aumento de market share; tecnologias que complementam seu portfólio de automação; e entrada em novos mercados.

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Roberto Griffa, CEO da Nica (crédito: Adriano Pacelli/Nice)

Griffa explicou que pode adquirir uma empresa para atuar no mercado asiático, algo que ainda não é tão explorado pelo grupo italiano. Em tecnologia, o CEO afirmou considerar uma “solução ou produto” no segmento “com fio”, uma vez que estão bem estruturados em automação wireless, além de algum fornecedor de gestão e integração de áudio e vídeo, o que não possuem atualmente.

Nos últimos anos, a Nice tem investido pesado na expansão de seu portfólio por meio de fusões e aquisições dentro e fora do Brasil. No exterior, as aquisições mais emblemáticas foram da Fibaro (casa inteligente), em 2018, e da Nortek Control (controle de acesso, AV, saúde pessoal com IA), em 2021 – essa última permitiu que a empresa entrasse no mercado norte-americano. No Brasil, comprou a Peccinin para avançar em automação de portas e portões, em 2011, quando entrou no País; Omegasat e Genno, em 2015, com foco em alarmes e automação de portões; e a Linear-HCS, para entrar em controle de acesso, em 2018.

Estratégia

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Hector Trabucco, diretor geral da Nice no Brasil (crédito: Adriano Pacelli/Nice)

Na última segunda-feira, 12, a companhia inaugurou sua fábrica em Limeira, cidade a 150 km da capital paulista. Inicialmente focando em fabricação de motores automatizados e conectados, a unidade também servirá como centro de treinamento e pesquisa, inclusive em relacionamento com desenvolvedores de software, como revelou o diretor geral da Nice para o Brasil, Hector Trabucco.

“À medida que trazemos mais tecnologias focadas na automação, estamos criando parcerias e muitas dessas empresas são desenvolvedoras de soluções e de software”, disse Trabucco. “O nosso futuro será fazer parcerias com algumas empresas e usar soluções nossas para trabalhar com esses parceiros”, complementou.

A produção da fábrica de Limeira será focada no desenvolvimento de estruturas mecânicas, enquanto a outra planta, em Santa Rita do Sapucaí/MG, focará na parte eletrônica, ou seja, no desenvolvimento de próprias placas (inclusive a placa conectada que vai nos motores) e sistemas de controle e acesso.

“A nossa infraestrutura industrial será com Santa Rita do Sapucaí como centro do desenvolvimento de hardware. Então, nós continuamos focando em novos produtos lá, até localizando e verticalizando componentes que hoje são importados. E, na planta de Limeira, vamos nos concentrar em continuar crescendo em linhas mais mecânicas e focar na exportação para América Latina e outras regiões em que a Nice atua”, complementou.

Posição

A Nice usa a infraestrutura do Brasil para exportar principalmente para outros países da América Latina, o mercado da companhia. A operação brasileira também serve como fornecedor de insumos para o grupo comercializar nos EUA e Europa. E explicou que a fábrica de Limeira, que custou R$ 140 milhões em cinco anos, não tem incentivo fiscal e foi bancada pelo grupo.

“O que há na região de Limeira é um incentivo industrial, pois está perto das principais rodovias e muito próximo dos principais mercados. Nós já estávamos aqui (Limeira) e durante muito tempo estávamos transferindo conhecimento e tecnologia na fábrica e nos produtos. Agora chegou o momento de dar um salto”, concluiu.

 

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