Com apenas dois anos de existência, a Superfones, uma distribuidora brasileira de celulares, projeta alcançar uma receita de R$ 100 milhões em 2012, o que representará um crescimento de dez vezes em comparação com seu faturamento do ano passado. "Nossa receita em maio foi quase igual àquela registrada no ano de 2011 inteiro", relata Jorge Monteiro, sócio-diretor da companhia.

O sucesso se explica pela oferta diferenciada da Superfones. A empresa não é uma distribuidora tradicional. Sua proposta é prover soluções de canais de venda e de distribuição de handsets pela Internet para operadoras e para o mercado corporativo em geral. Para tanto, criou uma plataforma própria, que garante desde o front-end para uma loja virtual ou televendas, até a integração com os sistemas da operadora, sendo capaz de ativar linhas, realizar análise de crédito do consumidor e trocar informações com o banco de dados nacional de portabilidade numérica. Na prática, presta a terceirização do processo de venda de celulares e linhas móveis e de entrega dos aparelhos e SIMcards, que é feita a domicílio.

Um dos diferenciais é justamente o fato de poder vender linhas e não apenas celulares. "A maioria das plataformas de e-commerce só vende produtos, não serviços", comenta Monteiro. A ideia atraiu as operadoras. A Oi é uma das clientes: a distribuição de celulares do seu programa de pontos de fidelidade é administrada pela Superfones. Outras duas operadoras de grande porte também lançarão em breve novos canais de vendas online usando a plataforma da Superfones.

A oferta é particularmente atraente para operadoras móveis virtuais, na opinião de Monteiro. "Uma MVNO precisa ter um custo competitivo e um dos maiores ofensores é o canal de distribuição e de retenção de clientes. O modelo de distribuição física é muito oneroso", analisa o executivo. A Superfones já conquistou um primeiro cliente entre MVNOs: trata-se da Porto Seguro Telecom, cuja loja virtual e todo o processamento de pedidos serão geridos pela plataforma da companhia. Monteiro ressalta, contudo, que a Superfones não é uma MVNE (Mobile Virtual Network Enabler). "Somos complementares a uma MVNE", afirma.

Há também casos de grandes empresas de setores diversos contratando a plataforma da Superfones para gerenciar a distribuição de celulares e linhas móveis entre seus funcionários. Duas primeiras experiências entrarão no ar em breve, mas os nomes das empresas ainda não podem ser revelados. Cada uma terá um site onde o funcionário poderá encomendar seu aparelho e linha celular para uso corporativo.

Mobilidade

Está em desenvolvimento o braço móvel da plataforma da Superfones, que permitirá a venda de aparelhos e linhas através de aplicativos móveis, ou seja, usando um smartphone ou tablet. Sua utilização dependerá apenas do interesse das operadoras em lançar esse novo canal.

Lojas

A Superfones mantém uma loja virtual própria de celulares, aberta ao público em geral, batizada com seu nome. Em breve, a empresa lançará outra loja virtual, chamada Desbloqueados.com. A diferença é que a primeira usa uma plataforma de e-commerce de terceiros, pois a da Superfones ainda não estava pronta. A Desbloqueados.com usará a plataforma da companhia.

 

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