Um novo filão que começa a ser explorado pelas empresas especializadas em automação residencial é o de automação de condomínios. O segmento pode compensar em certa medida a retração do mercado de automação residencial este ano, afetado pela crise econômica do País. É um mercado novo, mas que abre uma série de possibilidades, aponta Paulo Salim, diretor da Omni House, empresa especializada em projetos de automação no ABC Paulista.
São várias as soluções de automação que podem interessar a um condomínio residencial. As luzes das áreas comuns, por exemplo, podem ser programadas para acender e apagar de acordo com a luminosidade externa, medida através de sensores. No salão de festas, especificamente, pode ser programado para a iluminação abaixar gradativamente quando faltar dez minutos para o fim do horário de funcionamento previsto na convenção do condomínio, o que seria uma maneira de evitar atritos entre condôminos e evitar dor de cabeça para síndicos e porteiros. O controle de equipamentos também pode ser automatizado, como ligar e desligar a bomba da piscina, evitando erros humanos e diminuindo a necessidade de treinamento a cada novo funcionário contratado. O mesmo vale para equipamentos para regar os jardins.
"O grande problema é que condomínios não são construídos pelos moradores. E as construtoras não querem ter um gasto a mais. Estamos tentando convencê-las a pelo menos deixarem a infraestrutura pronta, com os conduítes preparados etc. Assim, temos um projeto de pré-automação pronto", explica Salim.
A conexão com os equipamentos pode ser feita via cabo ou Wi-Fi, ou de maneira híbrida, dependendo do local e do tipo de automação necessária. O controle costuma ser feito através de interruptores e painéis com display de cristal líquido, mas também por meio de tablets e smartphones, quando solicitado pelo cliente – o custo, contudo, é alto, pois requer não apenas o dispositivo, mas uma licença de software.
Mercado
Salim relata que houve uma redução na quantidade de projetos de automação residencial no primeiro semestre realizados pela sua empresa, em razão do contexto macroeconômico do País. Antes, vinha crescendo entre 10% e 15% ao ano, puxada pelo aumento do poder aquisitivo da população e pela redução no custo dos equipamentos – o foco da Omni House são apartamentos entre R$ 700 mil e R$ 1,5 milhão no ABC paulista. "Este ano, se estagnar vai ser um bom resultado. O mais provável, contudo, é uma retração da ordem de 5%. E a tendência é piorar nos próximos anos, com a diminuição do lançamento de imóveis", lamenta o executivo.